Este ano foram lançadas cerca de 30 largadas. Uma delas foi testemunhada pelo presidente da autarquia, Orlando Alves, acompanhado pelo responsável do Gabinete Técnico Florestal, José Bento Dias. O investimento ultrapassou os seis mil euros.
O município de Montalegre procedeu à libertação do parasitoide específico utilizado no controlo da praga que afeta os castanheiros, num investimento superior a seis mil euros, valor suportado inteiramente pela autarquia.
Refira-se que a vespa das galhas do castanheiro está presente no território concelhio, de forma bastante evidente, tendo-se realizado 29 largadas do agente parasita, em todos os locais de maior concentração de soutos.
O principal inimigo do castanheiro
O Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu é um inseto conhecido com o nome vulgar de vespa das galhas do castanheiro que ataca vegetais do género castanea, induzindo a formação de galhas nos gomos e folhas, provocando a redução do crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir ao declínio dos castanheiros.
O controlo desta praga tem única e somente um modo de luta autorizado, a luta biológica, que é realizada exclusivamente através da introdução de um inseto parasitoide específico, o torymus sisnensis.
A vespa das galhas do castanheiro é o mais perigoso inimigo do castanheiro até agora conhecido e continua em expansão no Norte e Centro do país. A introdução e fixação no território nacional do parasitoide torymus sinensis é a única possibilidade de controlo desta praga.
A fixação deste parasitoide é difícil, sobretudo no primeiro ano. No entanto, se puder desenvolver-se em boas condições, poderá dispersar-se até quatro quilómetros do local das largadas, colonizando o território e controlando, a médio prazo, a vespa das galhas.
Prospeção e monitorização
A prospeção da zona tampão e a monitorização da zona infestada deverá ser feita através da observação visual periódica dos sintomas provocados pela praga (presença de galhas nas folhas e gomos), que deverá incidir sobre os hospedeiros, nos povoamentos (soutos e castinçais), nas árvores dispersas (em jardins, parques, etc.) e nos fornecedores de material vegetal de reprodução, que produzem ou comercializam espécies hospedeiras.
Tendo em conta o ciclo biológico do inseto, as ações de prospeção/monitorização devem realizar-se entre abril e julho, altura em que se podem observar visualmente os sintomas (galhas). Durante a restante época do ano, a praga desenvolve-se nos gomos foliares sem manifestar sintomas detetáveis por observação visual, pelo que qualquer inspeção visual se torna ineficaz.
Meios de luta
Luta cultural - Corte das plantas de pequeno porte afetadas ou, no caso de árvores adultas e dependendo da intensidade do ataque, poda sanitária dos ramos afetados, seguida de destruição ou tratamento dos resíduos vegetais, para eliminação do inseto. A destruição poderá ser feita através enterramento ou queima e o tratamento através da aplicação de produto fitofarmacêutico autorizado.
Luta biológica - Existe um parasitoide específico, Torymus sinensis, que poderá ser utilizado para o controlo biológico da praga, assente num plano específico de largadas que terá de ser estabelecido após a delimitação da zona demarcada e tendo em conta a sincronização dos ciclos de vida da praga/parasitoide. A largada dos parasitoides deve ser efetuada no início da primavera, através da produção de casais em laboratório ou da utilização de galhas parasitadas. Trata-se de um meio de luta cujos resultados não são imediatos, pelo que deverá ser igualmente avaliada a evolução da taxa de parasitismo, não podendo assim ocorrer tratamentos inseticidas que prejudiquem o estabelecimento do parasitoide.
Luta química - Na fase de emergência das vespas, com o objetivo de diminuir a população da praga, sobretudo em árvores jovens, de menor porte e em locais onde seja possível a realização de tratamento com produto fitofarmacêutico autorizado. Trata-se de um meio de luta que poderá ser incompatível com a luta biológica, pelo que em locais onde estejam a ocorrer largadas ou existam taxas de parasitismo aceitáveis, não deve ser aplicada.
Condições de proteção contra o inseto
O abrigo para produção de plantas deve ter todas as aberturas protegidas com malha anti-insetos;
Tendo o inseto 2,5 a 3,0 mm de comprimento deve ser utilizada uma malha anti-insetos de 10-12 mesh (abertura entre 2,00-1,68 mm), adequada para evitar a sua penetração / entrada no abrigo;
O abrigo deve ter uma ante câmara de entrada, protegida pela malha acima referida e, se possível, um equipamento que produza um fluxo de ar para o exterior, que funcione sempre que a porta de acesso ao interior do abrigo seja aberta;
Armadilhas cronotrópicas amarelas, com cola, devem ser colocadas na zona da ante câmara (pelo menos uma) e na área de entrada do abrigo (pelos menos uma), bem como, na zona envolvente do mesmo (pelo menos três). Essas armadilhas devem ser observadas quinzenalmente de maio a finais de julho.
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