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Vinhos do Tejo asseguram quantidade de uvas e qualidade dos vinhos na colheita de 2020

Redação Agriterra22/09/2020
Estamos em vindimas e, depois de anunciada, no início do mês de agosto, uma previsão no que toca à quantidade, que deveria estar dentro da média, ou seja, a rondar os 61 milhões de litros, é agora tempo de Luís de Castro, presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo fazer novo enquadramento, já com indicadores no que diz respeito à qualidade.
Foto: Gonçalo Villaverde
Foto: Gonçalo Villaverde.

Embora completamente atípico e difícil, devido à pandemia da Covid-19, o ano de 2020 continua a bafejar a região do Tejo com “bons ventos”. Tem sido assim ao nível da certificação de vinhos e, por conseguinte, das vendas e também da vindima, com a colheita a revelar-se boa, em quantidade e qualidade.

Este foi um ano complexo em termos climáticos, devido à ocorrência de precipitação na altura da floração, temperaturas elevadas durante longos períodos nos meses de junho, julho e agosto – que já começam a ser habituais, mas que, felizmente, em pouco afetaram o desenvolvimento das uvas –, e de alguma chuva nos últimos dias.

A primavera foi mais chuvosa que o habitual, o que obrigou os viticultores do Tejo a estarem mais alerta para evitar o aparecimento de doenças nas vinhas, como o oídio, mas principalmente o míldio, que assustou, mas não teve influência numa perda de produção com significado.

Constatou-se que nas vinhas da região do Tejo não surgiram contratempos de maior, estando as vinhas saudáveis no início da vindima. O verão teve muitos dias consecutivos de calor acima do normal, mas sem chegar aos valores de 2018, quando houve escaldão.

Na região dos Vinhos do Tejo há dois pontos a favor: o rio Tejo que atravessa toda a região e imprime frescura, com manhãs e noites bastante frescas; e o facto de podermos vindimar com o auxílio de máquina. A vindima mecânica permite que se vindima de forma mais célere, ou seja, assim que a uva esteja no ponto de maturação ideal; e, em dias de calor extremo, que se vindime à noite, chegando as uvas à adega nas melhores condições de temperatura e sem oxidação.

Foto: Gonçalo Villaverde
Foto: Gonçalo Villaverde.

A vindima teve início na data habitual, ou seja, no final de julho, com a casta Fernão Pires (a mais precoce de todas) a abrir as hostes, assim como outras castas para base de espumante. Estamos em finais de setembro e o corte de uvas brancas está praticamente terminado, com raras exceções, como é o caso de uvas para vinhos de ‘Colheita Tardia’, e o de uvas tintas está a cerca de 80%, pelo que o período de chuvas não deverá prejudicar significativamente nem o ritmo, nem a qualidade das uvas ainda por colher.

O término das vindimas é ditado por vários fatores – terroir, dimensão do produtor, equipas de trabalho, disponibilidade na adega e tipo de vinho que se pretende – e não se cinge ao corte das uvas, mas também aos trabalhos inicias em adega, mas deverá acontecer na primeira quinzena de outubro.

Em termos de quantidade, prevê-se uma produção semelhante à do ano passado, que, no Tejo, já tinha sido um ano dentro da média: cerca de 61 milhões de litros. A qualidade dos vinhos provenientes desta colheita deverá continuar no sentido ascendente, pelo que poderemos contar com boas surpresas.

Região Vitivinícola do Tejo

A Região Vitivinícola do Tejo está localizada no coração de Portugal, a uma curta distância de Lisboa, a capital.

A região é cortada a meio pelo rio que lhe dá nome. Largo e imponente, o Tejo é um dos maiores rios de Portugal. Este território vitivinícola tem uma área global de cerca de 7.000 km2, dos quais 12.500 hectares são vinhas, e abrange 21 municípios, um no distrito de Lisboa e os restantes no distrito de Santarém.

O rio Tejo é o elemento central e imprime uma profunda influência na caracterização da região, providenciando-lhe distintos terroirs: o Bairro, com solos argilo-calcários e alguns xistosos; o Campo, com terras mais férteis situadas em zona de aluvião; e a Charneca, com solos arenosos mais pobres.

Também o rio dita que a amplitude térmica seja elevada, com dias bastante quentes e noites frescas e húmidas, diminuindo desta forma o stress hídrico das plantas (videiras) e assegurando uma correta maturação das uvas.

Um famoso crítico inglês resumiu numa só frase o impacto destas características edafoclimáticas nos Vinhos do Tejo: "hot days, cold nights, cool wines". Esta região está imemorialmente ligada à produção de vinhos e possui excelentes condições naturais para o cultivo da vinha e para a produção de vinhos, onde a frescura dada pela natureza é evidente.

Esta frescura, associada a uma graduação alcoólica moderada, dá origem a vinhos equilibrados e frescos, com aromas frutados, que podem ser apreciados em todas as ocasiões. Uma jovem geração de viticultores e enólogos, que sabe aliar os conhecimentos adquiridos nas universidades à tradição das gerações que os precederam, cria vinhos consistentes e de grande qualidade, com estilos empolgantes e diferenciados.

Nos brancos, o perfil traduz-se em vinhos muito aromáticos, com a presença de fruta tropical e citrina, também frescos e elegantes. Os vinhos tintos são equilibrados e frescos; no nariz, a fruta é uma presença garantida. Nos tintos de guarda, nota-se alguma presença de madeira.

A região produz também vinhos rosés, espumantes, frisantes, vinhos licorosos e colheitas tardias, num espectro que permite degustar Vinhos do Tejo nos mais variados momentos.

O Tejo tem alguns dos mais vibrantes e acessíveis vinhos a emergir em Portugal, oferecendo uma gama diversificada de estilos que apelam a uma variedade de gostos e orçamentos.

Constituída por um património muito rico, a região dos Vinhos do Tejo reúne um conjunto de tesouros históricos que vale a pena visitar e que retratam tempos idos, desde as ruínas romanas aos castelos góticos e dos mosteiros manuelinos aos vilarejos medievais. Para os portugueses, esta região é conhecida como terra de vinhas, de olivais, de sobreiros e dos famosos cavalos Lusitanos, mas também pela sua rica e saborosa gastronomia e pelas belas paisagens feitas de verde e de água.

Foto: Gonçalo Villaverde
Foto: Gonçalo Villaverde.

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