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Biofrade: desde 1998 a defender a agricultura biológica

Ana Clara24/01/2023

Fundada em 1998, a Biofrade surge da paixão e determinação dos sócios em fazer algo diferente e diferenciador. Nesta edição fomos conhecer a história desta empresa que tem na agricultura biológica o centro da sua atividade.

No início, a Biofrade dedicou toda a sua energia no desenvolvimento da produção e promoção do modo de produção biológico...
No início, a Biofrade dedicou toda a sua energia no desenvolvimento da produção e promoção do modo de produção biológico.

“A agricultura biológica surge na família em 1991, como forma de retirar os produtos tóxicos da nossa produção de hortícolas. Começamos por produzir numa área de 4 hectares e até atingir, em 1998, 17 hectares de produção biológica, ano em que os cinco irmãos fundaram a Biofrade como forma de fortalecer a produção e poder avançar com outros projetos na área biológica, como foi exemplo a criação da primeira unidade de produção de ovos biológicos”, começa por explicar à Agriterra, António Gomes, Sócio-Gerente da empresa.

No início, explica, a Biofrade dedicou toda a sua energia no desenvolvimento da produção e promoção do modo de produção biológico. “Durante os primeiros anos recebemos visitas de estudo de muitas centenas de escolas de todo o país. Foi muito importante para a divulgação da produção biológica, porque na altura, poucos conheciam o conceito e através crianças e jovens podemos divulgar a produção biológica e atualmente essas mesmas crianças são adultas e consumidoras bio”, adianta o responsável.

A Biofrade iniciou a sua atividade dedicada exclusivamente à produção e 2002 passou a comercializar os seus produtos. Nos primeiros anos teve uma experiência pioneira de entregas de cabazes ao domicílio, que mais tarde passou essa área de negócio para um parceiro. Participou na fundação do primeiro mercado de rua, exclusivo de produtos biológicos, conhecido como o mercado do Príncipe Real em Lisboa. Em 2004 começou a fornecer a grande distribuição, o retalho especializado Bio e alguns produtores que começaram a vender em mercados de rua, um pouco por todo o país.

Em 2014 abriu na Lourinhã a primeira loja de venda direta, atualmente tem três lojas própria com a marca 'Biofrade a Loja da Horta' e uma quarta loja em Lisboa em parceria com outra entidade. Durante estes anos de atividade tem tido vários projetos de exportação. "Logo no início tivemos uma parceria, para um supermercado inglês. O projeto que achamos mais interessante é uma parceria com uma empresa dinamarquesa que se dedica á venda ao domicílio de cabazes bio", refere António Gomes.

A Biofrade, na sua atividade de grossista, trabalha com um gama muito completa de hortícolas, frutas e frutas tropicais, frutos secos, leguminosas, sementes, azeite e vinho e na atividade retalhista, nas lojas próprias, também tem uma gama muito grande de mercearia seca, laticínios, congelados, detergentes, etc. Nas lojas também tem uma área de cafetaria com refeições vegetarianas, para comer no local um em regime de takeaway.

“Dedicada a 100% à produção e comercialização de produtos biológicos, a Biofrade é uma referência nacional do setor Bio”, sublinha o Sócio-Gerente da empresa.

A Biofrade, na sua atividade de grossista, trabalha com um gama muito completa de hortícolas, frutas e frutas tropicais, frutos secos, leguminosas...
A Biofrade, na sua atividade de grossista, trabalha com um gama muito completa de hortícolas, frutas e frutas tropicais, frutos secos, leguminosas, sementes, azeite e vinho.

A produção nos dias de hoje

A Biofrade trabalha com cerca de 200 produtores biológicos de todo o país, desde o Minho até ao Algarve, Açores e Madeira.
"Privilegiamos os produtos DOP e IGP, como por exemplo o ananás dos Açores, a banana da Madeira, a laranja do Algarve, a castanha de Trás-os-Montes, a batata-doce de Aljezur ou a pera rocha do Oeste. Fazemos planeamento e apoio técnico aos seus produtores num total acima dos 2000 hectares”, afirma o responsável.
Em Portugal tem uma produção muito completa de hortofrutícolas frescos, de frutos secos, de leguminosas e algumas sementes, no entanto, tem de recorrer à importação em especial do sul de Espanha, onde tem parcerias com produtores de frutos tropicais como a papaia ou o abacate e no período de inverno de tomate, pimento, beringela e outros legumes que necessitem de temperaturas mais elevadas para se desenvolverem.

A partir de 2020 a Biofrade passou a dedicar-se exclusivamente à comercialização, passando a produção agrícola outra empresa do grupo, a Tri Linevegetal, esta que se dedica em exclusivo à produção biológica na Lourinhã, com área de 60 hectares.

A Biofrade dedica-se 100% à produção e comercialização de produtos biológicos
A Biofrade dedica-se 100% à produção e comercialização de produtos biológicos.

Balanço da aposta na produção em modo biológico

“Hoje, quando olhamos para trás e vemos todo o nosso percurso, só podemos dizer que o balanço é muito positivo”, considera António Gomes, recordando que em 1991, “quando iniciamos a produção em modo biológico, então não existia uma única loja dedicada à venda produtos bio. Ajudamos a criar o primeiro mercado de rua, a primeira loja de uma cooperativa de consumidores biológicos, fomos pioneiros na entrega ao domicílio e abrimos 3 lojas próprias”.
“Atualmente em todas as cidades e em muitas vilas e localidades existem lojas dedicadas aos produtos bio, em muitas cidades temos mercados de rua e todos os grupos da grande distribuição têm nas suas lojas produtos biológicos. Atualmente a grande distribuição utiliza os produtos bio nas suas campanhas promocionais, porque sentem que estes produtos atraem os consumidores. Em 30 anos, Portugal teve este percurso nos produtos biológicos e a Biofrade esteve sempre presente”, acrescenta.

Crescimento da Agricultura Biológica em Portugal: desafios e constrangimentos

Para António Gomes, Portugal tem grandes potencialidades para aumentar a produção em modo biológico. "Temos condições edafoclimáticas para produzir uma grande diversidade de produtos, alguns deles DOP e IGP. Temos um território com uma biodiversidade que muitos outros países não têm", sustenta.

Salienta que o setor da vinha e do vinho biológico "tem crescido muito e tem um grande potencial de exportação, mas também outros setores como o azeite, os frutos secos, os pequenos frutos (mirtilos, framboesas e amoras) e os hortofrutícolas frescos têm um grande potencial de exportação. Mas também a produção pecuária, em especial a pecuária de extensivo tem grandes potencialidades de exportação. São grandes os desafios, não apenas no mercado de exportação, mas também no mercado interno, temos muito por desenvolver".

Para o responsável, os maiores constrangimentos são:

  • Concorrência muito elevada, em especial da produção espanhola
  • Os produtores portugueses são de pequena dimensão e não estão organizados em estruturas locais, o que torna todo o processo logístico muito oneroso
  • Muitas lojas da especialidade também são de muito pequena dimensão, o que também torna o processo logístico mais oneroso
  • O custo da certificação bio, a dificuldade de acesso às sementes bio e o seu preço mais elevado
  • Nos locais de venda, em especial nos hipermercados, a confusão de conceitos: biológico, natural, produção local, sem resíduos, resíduo zero, não é bom para o consumidor poder escolher um produto de agricultura biológica
  • O preço mais elevado dos produtos biológicos.
A Biofrade trabalha com cerca de 200 produtores biológicos de todo o país, desde o Minho até ao Algarve, Açores e Madeira...
A Biofrade trabalha com cerca de 200 produtores biológicos de todo o país, desde o Minho até ao Algarve, Açores e Madeira.

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