BA10 - Agriterra

34 ABACATE teiro é muito sensível a alguns dos fatores climáticos mais característicos das regiões subtropicais, como a seca e temperaturas extremas. É uma cultura com preferência a temperaturas amenas, e sem grandes diferenças de temperatura entre as estações do ano, aguentando uma humidade do ar de ligeira a elevada. É muito sensível a geadas, sendo este um aspeto importante, uma vez que a cultura não se adapta a zonas com risco elevado de geada. As temperaturas extremamente baixas podem causar danos na planta, provocando perdas de produtividade. A mais ou menos sensibilidade à geada depende da raça, variedade, vigor e idade da planta. Por sua vez, temperaturas muito elevadas também podem causar danos, sobretudo na fase de floração e vigamento, podendo provocar a queda de flores e até já de pequenos frutos existentes. A situação térmica com registo de bom desenvolvimento da planta e de uma boa produtividade é: 22-26°C de dia, 15-17°C de noite e 20-21°C de média. Em relação ao solo, esta cultura adapta- -se bem a solos profundos, permeáveis e com boa retenção de água, ricos em matérias orgânica e pouco ácidos (pH entre 5,5 e 7,0). O abacateiro não reage bem ao encharcamento, sendo assim importante o solo ser bem drenado. Tendo por base uma boa drenagem do solo, o abacateiro adapta-se bem a solos com textura franco-argilosa ou franco-arenosa. O abacateiro é uma árvore muito sensível ao vento, os ventos quentes podem provocar a queda de fruto e no inverno os ventos frios queimaduras nas folhas. Assim, deve ter-se em atenção a este aspeto na instalação de um pomar e se for numa zona ventosa será mais prudente a instalação de estruturas para-vento. Pelas diferentes exigências edafoclimáticas, o abacateiro adapta-se particularmente bem a muitas zonas do Algarve, sobretudo as que são viradas a sul. É uma cultura de fácil instalação e manutenção, apresenta consumos de água idênticos a outras culturas, e é caracterizada por ter poucas pragas e doenças, tendo nos últimos anos despertado interesse devido à sua produtividade e os preços praticados no mercado. EmPortugal, a maioria dos produtores de abacate são dotados de sistemas de rega e de fertilização modernos e eficientes. Os agricultores têm por objetivo e garantem que não se dá mais água ou fertilizantes do que o pomar precisa, assim as perdas por lixiviação e por evapotranspiração são reduzidas e o consumo de água diminui consideravelmente (Pereira, J. 2020). Segundo Amílcar Duarte, Professor e Investigador da Universidade do Algarve, o abacateiro dificilmente consegue subsistir ao sequeiro, precisa de água. Mas por outro lado é uma planta que não aguenta o encharcamento, sendo produzido em camalhões. Assim sendo é preciso gerir muito bem a água, saber quando regar e em que quantidade. O abacateiro consome mais ou menos a mesma quantidade de água de um pomar de citrinos (Duarte, A. 2021). O sistema radicular do abacateiro só consegue absorver água quando a temperatura do solo ronda os 15-16°C. Figura 7. Evolução das exportações de abacate (Fonte: INE, 2022). Figura 8. Principais destinos exportações em 2021 (Fonte: INE, 2022). 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 2000 2002 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Quantidade em toneladas Valor (€) Evolução das Exportações Milhões € Toneladas 7 - Evolução das exportações de abacate (Fonte: INE, 2022) ais destinos exportações em 2021 (Fonte: INE, 2022) Espanha 95,5% Dinamarca 1,9% Alemanha 0,7% Países Baixos 0,5% (em branco) 0,5% Eslováquia 0,5% República Checa 0,4% Otros 1,3% Destino das exportações (2021)

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