BA10 - Agriterra

56 AGRICULTURA BIOLÓGICA Quão longe estamos da meta? Ao longo dos últimos anos, a União Europeia (UE) tem procurado dar respostas robustas à emergência climática e ambiental, afirmando a sua ambição em tornar-se o primeiro continente no mundo com um impacto neutro no clima. Estas respostas passam pela sua transformação numa economia moderna e competitiva, mas simultaneamente sustentável na utilização de recursos. Joaquim Nogueira Cabral CONSULAI As preocupações da UE quanto a esta ameaça refletem-se nas suas prioridades de agenda, tendo desde 2019, com a apresentação do Pacto Ecológico Europeu, vindo a delinear, de forma crescente, um conjunto de propostas legislativas e políticas subjacentes. Destas, destaca-se a Estratégia do Prado ao Prato, apresentada em maio de 2020, que estabelece um conjunto de metas e ações para tornar os sistemas alimentares europeus mais sustentáveis. Uma das metas estabelecidas na Estratégia do Prado ao Prato parte do reconhecimento, por parte da UE, da capacidade que determinados modos de produção têm em contribuir para a neutralidade climática, nomeadamente omodo de produção biológico. De acordo com a UE, a agricultura biológica trata-se de um modelo de produção sustentável, resiliente e promotor da biodiversidade e, por isso, parte da solução. A Estratégia do Prado ao Prato denuncia, de forma clara, essa intenção, ambicionando que, até 2030, 25% da superfície agrícola útil da UE esteja a operar em modo de produção biológico. ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A AGRICULTURA BIOLÓGICA Esta intenção é transversal ao cenário nacional. Por cá, a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica (ENAB), apresentada em2017, revela a ambição portuguesa em duplicar o modo de

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx