II CONFERÊNCIA TÉCNICA DO OLIVAL 14 desenvolvimento regional, como acredita José-Muñoz-Rojas, que defendeu a importância da coesão e do equilíbrio territorial, alertando que “não podemos ter uma porção do território extremamente desenvolvida e outra marginalizada”, incluindo na gestão da água. “Em Portugal quase todo o olival produtivo é de regadio, o que é muito interessante”, constatou José Núncio, depois de contextualizar que no clima mediterrânico “ou a agricultura é de regadio ou não há agricultura”. Motivo pelo qual os empresários agrícolas ou agricultores dependem estruturalmente do acesso a água para conseguirem ser eficientes. Ora, como é que uma empresa especialista em soluções de resíduo zero como a Biostasia pode ajudar na retenção e manutenção da água no olival? “A água é vida” e com base neste princípio básico Carlos Gabirro explica que “existem algumas soluções científicas naturais que já permitem reduzir bastante as necessidades de água”, o que é essencial, “tendo em consideração tudo o que passamos nesta fase”. A tecnologia é importante, “mas é preciso saber usá-la bem, porque muitas vezes rapidamente centramo-nos na área comercial ou financeira e esquecemos o nosso propósito”, esclarece. Dito isto, existem hoje soluções práticas como a glicina-betaína, capaz de “reduzir entre 15% e 30% das necessidades de água” e várias tecnologias que ajudam a “reter a água na planta e no solo”, garante o CEO da Biostasia. Acresce que estas tecnologias que permitem reduzir as necessidades de aplicação de água “muitas vezes também incrementam a produção final”, conclui o responsável, adiantando que “em olival tradicional notam-se aumentos brutais da rentabilidade (por aumento da manutenção) e mesmo no regadio vêem-se bem os efeitos”. O painel de especialistas debruçou-se ainda sobre a importância da preservação da biodiversidade do solo para a gestão da água no olival, com José Muñoz-Rojas a sublinhar que “há muitíssima água que está dentro do agroecossistema” e que o Alentejo é exemplar no uso do coberto vegetal, comparativamente à Andaluzia ou à Itália. No que toca a políticas públicas, o presidente da FENAREG recorda que há muitos anos se ambicionava uma estratégia como a que foi agora apresentada, mas frisou a necessidade de modernizar os sistemas hidroagrícolas: “temos sistemas que têm perdas naturais que podem ir até aos 60%”, como o caso “sobejamente conhecido” do Mira, lembrou, defendendo o investimento prioritário do Estado. Tecnologia e mais formação no setor agrícola, agricultura digital, mercados de serviços ecossistémicos e diversificação de modelos produtivos face ao risco das monoculturas foram outros desafios abordados pelo painel, no âmbito da temática ‘Água como elemento primordial da sustentabilidade no olival moderno’. “FACE AOS DESAFIOS DO SETOR HÁ QUE QUESTIONAR A EFICIÊNCIA ATUAL DA INDÚSTRIA E OTIMIZÁ-LA COM TECNOLOGIA” Antes da pausa para o café, José Pedro Ribeiro, inside sales account manager Analytica & Industry da ILC - Instrumentos de Laboratório e Científicos apresentou a aplicação de equipamentos NIR (Near Infrared Reflectance) no processo produtivo do azeite, destacando o seu impacto na otimização, rastreabilidade e sustentabilidade do setor. A ILC atua no mercado há 47 anos e é parceira da PerkinElmer, desenvolvendo soluções tecnológicas avançadas para o setor agroindustrial, incluindo para o Laboratório Nacional de Azeites e para a Agrária Lagar. Segundo José Pedro Ribeiro, face a desafios do setor como a queda nos preços do azeite nos últimos meses, a baixa taxa de recuperação de produção (3% em cinco anos) e a necessidade de controlo rigoroso da matéria-prima para evitar perdas de qualidade e quantidade, há que questionar a eficiência atual da indústria: “será que estou a extrair o máximo que consigo da minha matéria-prima durante o processo de produção? Tenho dados suficientes para controlar este processo?” É aqui que a ILC apresenta a sua proposta de valor para o setor, com a disponibilização de soluções de conhecimento, apoio na decisão, rastreabilidade e estatística de cada lote de produção, bem como um acompanhamento constante. O responsável apresentou as três soluções NIR da ILC – o equipamento 7440 (que permite monitoração direta nos tapetes com azeitonas); o equipamento 7350 (que faz a análise da pasta e do bagaço
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