PEQUENOS FRUTOS | OPINIÃO 43 Lusomorango: 20 anos a construir o futuro da agricultura sustentável A Lusomorango tem sido protagonista na construção de uma cadeia de valor que alia produtividade, qualidade e coesão territorial. A eficiência operacional, combinada com a inovação tecnológica, constitui uma oportunidade para reduzir custos, aumentar rendimentos e reforçar a resiliência do setor frente a choques climáticos, mercadológicos ou logísticos. O setor dos pequenos frutos tem sido percursor tecnológico, implementando modelos de agricultura de precisão que estão a construir um modelo produtivo mais sustentável. Joel Vasconcelos, diretor geral da Lusomorango Em 2005, um grupo de produtores do Sudoeste Alentejano e do Ribatejo teve a visão de que estas regiões, pelas suas características, poderiam ser um centro de produção de excelência de pequenos frutos – de Portugal para o mundo. Vinte anos passados, a aposta revelou-se visionária. O crescimento da atividade da Lusomorango, hoje a maior organização de produtores de frutas e legumes (em volume de negócios), tem acontecido proporcionalmente à modernização da agricultura portuguesa, assente em modelos produtivos mais inovadores, competitivos e sustentáveis. Desde a sua criação, a Lusomorango – que se dedica à produção de framboesa, amora e mirtilo, maioritariamente na região de Odemira, mas também no Algarve e no Ribatejo – tem sido protagonista na construção de uma cadeia de valor que alia produtividade, qualidade e coesão territorial, mostrando que é possível conciliar desenvolvimento económico com responsabilidade ambiental e social. Nas últimas duas décadas, a Lusomorango consolidou-se como referência no setor dos pequenos frutos, transformando a região de Odemira numa potência exportadora. De acordo com o estudo ‘O impacto económico dos pequenos frutos e da agricultura no Perímetro de Rega do Mira’, da EY Parthenon, o valor acrescentado bruto (VAB) da produção nacional de pequenos frutos atingiu 916 milhões de euros em 2023, dos quais 170,2 milhões correspondem aos produtores da Lusomorango, que representam 18,5% do total nacional. Estes números refletem não só a dimensão económica do setor, mas também o seu impacto social. O Perímetro de Rega do Mira gera, anualmente, uma média de 15 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, sendo uma parte significativa no concelho de Odemira, contribuindo para a fixação de população em territórios de baixa densidade que enfrentam o desafio da desertificação. BALANÇO DA PRODUÇÃO EM 2025 E PERSPETIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO O ano de 2025 confirma a resiliência do setor dos pequenos frutos em Portugal e em particular no Sudoeste Alentejano, apesar do contexto exigente, marcado pela escassez hídrica e por fenómenos climáticos adversos. A Lusomorango tem mantido níveis de exportação superiores a 94% do
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