BA24 - Agriterra

AGRICULTURA 4.0 63 dados, reforçando a competitividade do setor e contribuindo para a adaptação às alterações climáticas. Ao fomentar a digitalização inclusiva - onde todos os agricultores, independentemente da dimensão das suas explorações, têm acesso a ferramentas digitais - o DigiFarm2all contribui para uma transição justa e resiliente da agricultura portuguesa, representando um instrumento estratégico na modernização da citricultura portuguesa, colocando os dados e a inovação ao serviço da sustentabilidade e da competitividade do setor. Neste artigo dá-se destaque aos pomares de citrinos que ocupam cerca de 21.000 ha em Portugal, e que dão origem a cerca de 340.000 t de laranjas, 39.000 t de tangerinas, 16.000 t de limões, 1.400 t de tângeras, e 239 t de toranjas (Figura 1a). É no Algarve que se encontra a maior produção (Figura 1b), com cerca de 68% da área de laranjeiras e 80% de tangerineiras. As condições edafoclimáticas específicas desta região conferem à laranja do Algarve a denominação de Indicação Geográfica Protegida (IGP) (Duarte, 2020). Contudo, as condições climáticas da região Algarvia também são limitantes para a questão da fitossanidade, pois o maior problema está relacionado com a mosca da fruta (Duarte, 2020), que está ativa desde os 12°C, e como nesta região as temperaturas costumam ser amenas e é raro estarem abaixo dos 12°C (Figura 2), é de suma importância estar alerta para a esta praga. A Figura 3, que corresponde a alertas de risco gerados pela plataforma digital DigiFarm2all, é exemplo disso Figura 1 – Quantidade (toneladas) de citrinos produzidos (a), e área (hectares) de produção (b), em Portugal no ano de 2018. Fonte: Duarte, 2020. © SFCOLAB Figura 2 –Temperatura (azul) e humidade do ar (cinzento) registadas por uma estação SOFIS. © SFCOLAB mesmo, revelando que o risco de ocorrência de mosca da fruta no Algarve é quase sempre elevado ou severo, representado por uma escala de 0 a 4, que corresponde, por ordem crescente, a risco de ocorrência nulo, baixo, moderado, elevado e severo. Atestando deste modo, a proficuidade, e também a validade desta informação (sendo igualmente disponibilizados alertas de risco para outras pragas e doenças na referida plataforma). De acordo com Rosa (2019), a estimativa para a quantidade anual de água a aplicar através da rega aos citrinos é de cerca de 6400 a 7600 m3/ha. Dependendo, naturalmente, das condições meteorológicas e do solo. E a este nível, a plataforma DigiFarm2all também tem potencial para auxiliar numa rega mais eficiente, nomeadamente pela disponibiliza-

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