81 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS IDALINO LEÃO, presidente da CONFAGRI “O investimento deve ser direcionado para alavancar o setor” Sabemos todos que as alterações climáticas são uma realidade incontornável, cujas consequências nefastas e adversas afetam profundamente o setor agroalimentar e a coesão territorial. A CONFAGRI reconhece o compromisso notável que o setor agroalimentar português tem demonstrado na adaptação a este novo contexto, conciliando esforços e sinergias na procura das melhores respostas aos desafios diários. Torna-se, por isso, urgente direcionar investimento para alavancar o setor e incentivar a atividade, tornando-a capaz de responder às novas exigências climáticas e de competir, em igualdade de condições, no mercado em que está inserida. Incentivar o conhecimento científico, reforçar a capacitação dos produtores e promover práticas que sejam simultaneamente mais sustentáveis, ambientalmente responsáveis e competitivas, permitirá sustentar uma adaptação contínua e atenta às alterações climáticas. É essencial garantir apoio, fomentar conhecimento e promover práticas mais equilibradas, adaptadas às diferentes realidades do território português. A adaptação às alterações climáticas deixou de ser uma opção, é o único caminho possível e indispensável para o futuro do setor. Este é, aliás, o maior compromisso que podemos assumir com o país e com as próximas gerações: um setor agroalimentar sustentável e estrategicamente orientado, capaz de enfrentar os desafios das alterações climáticas e de contribuir para a defesa da soberania alimentar nacional. JOSÉ PIMENTA MACHADO, presidente da APA 'Água que Une' é central na adaptação climática” Portugal enfrenta, hoje, um dos maiores desafios da sua história a nível ambiental: a necessidade imperativa de se adaptar às alterações climáticas. O aumento consistente da temperatura média, a escassez hídrica, o elevado risco de incêndios rurais, a subida do nível do mar e a intensificação dos fenómenos meteorológicos extremos exigem, de forma inadiável, uma ação coordenada e sustentada. A adaptação climática é, portanto, uma prioridade nacional que implica: planeamento territorial mais resiliente; gestão mais eficiente dos recursos hídricos; proteção das zonas costeiras; continuidade na transição energética; conservação dos ecossistemas e capacitação de toda a sociedade para enfrentar esta nova realidade. A Estratégia Nacional de Gestão da Água – 'Água que Une' – é central neste desígnio nacional, promovendo a eficiência, a resiliência e a inteligência na utilização dos recursos hídricos, constituindo a base para o futuro Plano Nacional da Água 2035. Este desafio complexo exige a cooperação efetiva entre o Estado Central, as autarquias, as empresas e os cidadãos. Trata-se de um compromisso coletivo que deve ser sempre orientado pela ciência e pelo princípio da responsabilidade partilhada. A Agência Portuguesa do Ambiente continuará a liderar este esforço, assegurando que Portugal se mantém firme no caminho da sustentabilidade e da resiliência climática, em defesa do futuro comum. ANA TERESA PEREZ, presidente da Agência para o Clima “Adaptar Portugal significa transformar conhecimento e experiência em ações concretas” Portugal enfrenta um momento decisivo na resposta às alterações climáticas. A adaptação deixou de ser uma opção para se afirmar como uma prioridade nacional e transversal, essencial à proteção das pessoas, dos ecossistemas, das infraestruturas e da economia. O Roteiro Nacional para a Adaptação 2100 confirmou as projeções de aumento da frequência e intensidade de fenómenos extremos
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