BA2 - Agriterra

74 COM A EMPRESA... ADVICE.AGRIBUSINESS tidade e em valor, em que a cebola tem uma orientação exportadora crescente e que se aproxima de 10%, o que significa que 10%da produção de cebola nacional é exportada; • Os preços médios da cebola impor- tada e exportada, refletem em termos gerais, as condições anuais do mercado europeu e global da cebola, pois os preços em cada campanha estão dependentes da oferta (produção obtida) e da procura (consumo). A cebola importada nos últimos 10 anos, foi paga a umpreço médio de 0,28 EUR/kg. Ainda segundo o GPP, em 2018 e 2019, Espanha foi a principal origem da cebola importada por Portugal, seguida de França, Países Baixos e Alemanha. Espanha foi também o primeiro destino das exportações de cebola, seguindo-se Cabo Verde e França. Espanha além de ser um dos líderes europeus em quantidade produ- zida (em 2019, quase 1,5 milhões de toneladas em 26.520 ha), lidera a produtividade na UE, com 51 ton./ ha (Eurostat). A aposta na produção de cebolas de dias longos (DL) em Portugal é necessária para dar resposta à escassa produção atual face à procura exis- tente e crescente. A cebola de DL, ao ser colhida nos meses de verão, no caso de ter boa aptidão para armazenagem, tem uma “ janela de comercialização” de 7-8 meses, até ao início da nova colheita de cebo- las de dias curtos, em março do ano seguinte. A conclusão é que existe mercado mas a grande oportunidade está nas cebolas de DL com capacidade de conservação. Neste ponto, pode- -se ter uma conclusão semelhante à aposta que vários produtores e operadores f izeram nos últimos anos, quando aderiram à produção de batata-doce. Idêntica estratégia foi iniciada com a produção (ainda em pequena escala) de batata com plantação em junho para colheita no outono e que pode beneficiar de uma janela temporal alargada para escoamento e valorização da produção com qualidade. COMO? A produção de cebola de DL em vários países europeus, que até têm temperatura e humidade mais desfa- vorável para a cultura do que Portugal, é feita totalmente mecanizada da sementeira direta até à colheita e na pós-colheita. Em Portugal alguns produtores já deram este passo importante, porque é a forma de tornar a cultura viável e competitiva. Só assim, poderá criar atração para aumento da área cultivada e também gerar interesse na criação de estruturas adequadas para a arma- zenagem e conservação ao longo de vários meses, após a colheita no Verão. Desde 2017 que a AdviceAgriBusiness realiza em Portugal, ensaios de pro- dução de variedades de cebola da empresa italiana Cora Seeds. Durante várias atividades de benchmarking com reuniões técnicas e visitas noutros países, tem sido sempre apontada uma conclusão como grande oportunidade para a viabilização da produção da cebola de DL em Portugal: “Por ser uma cultura hortícola de alta den- sidade, entre 500.000 e 900.000 plantas/ha, segundo o calibre comer- cial pretendido para o produto final, Tabela 1. Produção de cebola em Portugal. Fonte: GPP. Tabela 2. Importações e exportações de cebola. *Dados preliminares. Fonte: GPP. PERÍODO ÁREA (HA) QUANTIDADE (TON.) PRODUTIVIDADE (TON./HA) 2011 1.521 38.692 25 2018 1.522 53.977 35 Média de 2011 a 2018 1.710 54.126 32 PERÍODO QUANTIDADES (TON.) VALORES (MILHÕES DE EUR) PREÇO CEBOLA IMPORTADA (EUR/KG) PREÇO CEBOLA EXPORTADA (EUR/KG) ENTRADAS SAÍDAS SALDO ENTRADAS SAÍDAS SALDO 2010 51.659 2.140 -49.519 17,297 0,935 -16,362 0,33 0,44 2019* 68.659 7.724 -60.935 26,537 2,625 -23,912 0,39 0,34 Média de 2010 a 2019 56.579 3.868 -52.711 16,023 1,389 -14,633 0,28 0,36

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