BA2 - Agriterra

51 PODA | FRUTEIRAS com algumas alterações de tratamen- tos fitossanitários e de podas tinham começado a surgir alguns problemas epidérmicos nos frutos”. Amílcar Duarte conta que a pandemia atrapalhou umpouco os objetivos mas refere que “fizemos algumas podas de rejuvenescimento, mas temos estado a ensaiar algumas formas de condu- ção, tentar abrir mais a árvores, fazer mais um vaso, que habitualmente não se faz nos citrinos”. O professor salienta que “a poda nos citrinos é mais complicada que nou- tras fruteiras que têm sistemas de condução bem definidos. Nos citri- nos há produtores que não podam quase nada, há outros que podam um bocado mais, é mais uma operação que controla a qualidade do fruto e também algumas pragas e doenças, mas não é uma operação essencial que se possa dizer: ‘se não fizermos isto não produzimos’”. Para Amílcar Duarte “o ideal seria podar, pelo menos, de dois em dois anos para abrir janelas e a copa”. O limoeiro tem uma rebentação mais vigorosa e lançamentos maiores, por isso “dá para fazer uma poda mais orientada para uma determinada forma, para condicionar mais a forma da planta, no caso dos restantes citri- nos não tanto, porque as rebentações são mais curtas”. “PODA VARIA DE VARIEDADE PARA VARIEDADE” No caso da uva de mesa, falámos com o diretor executivo e responsável de produção da Frutalmente (marca Dona Uva). Mário Rodrigues explica-nos que os produtores da Organização têm “dois sistemas de condução: em cor- dão bilateral, nas vinhas mais antigas e em ‘Y’ nas vinhas aéreas”. O responsável conta que “a poda varia de variedade para variedade. Há varie- dades que se dão bem em talão, com cortes onde se deixam três ou quatro gemas, que são os gomos que vão dar o fruto. E há variedades que se dão bem em podas à vara, curtas, médias ou longas, dependendo da zona onde é mais produtiva”. Por exemplo, “na variedade Crimson (uva rosada sem grainha), deixamos de oito a dez varas, cada uma com 12 a 14 gemas, porque é uma variedade pouco produtiva, por isso temos de deixar muitos gomos de frutificação para compensar a baixa produtividade”. No caso das variedades Vitória ou Red Globe já podem ficar só commetade da carga de lenha porque todos os gomos são férteis. “Se deixarmos uma videira com muita carga, vamos ter uvas com calibres menores, cachos mais pequenos, porque a cepa tem muitos ‘filhos’ para alimentar”. Mário Rodrigues salienta que “todas as variedades da videira produzem à vara”, mas, adianta: “como temos algumas onde os gomos mais férteis são no terço inferior, para poupar um pouco a mão-de-obra da poda, conse- guimos fazer com que elas produzam muito bem em talão, mas são raras. Das oito a dez variedades que temos só há duas que produzem bem em talão: Cardinal e Alphonse Lavallée”. n Resposta de um ramo horizontal a um atarraque.

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