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Emprego florestal: mais de 100 mil empregos com origem na floresta

Florestas.pt02/09/2020

O tecido empresarial ligado à floresta é um indicador da importância económica deste ecossistema. Em paralelo, o emprego florestal cria valor essencial para contrariar o despovoamento das áreas rurais. A Florestas.pt faz uma radiografia do setor que gera milhares de empregos no país.

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Desde a exploração no terreno ao comércio de produtos florestais, passando pelas indústrias que transformam a matéria-prima em produtos indispensáveis ao dia a dia, a floresta portuguesa é uma fonte de riqueza transversal aos sectores primário, secundário e terciário. Este valor abrangente reflete-se também na dimensão do emprego florestal e empresas criadas: mais de 100 mil pessoas ao serviço, distribuídas por mais de 20 mil empresas.

Veja-se as estatísticas oficiais. Em 2016, o sector representou 3% do emprego nacional, com mais de 111 mil pessoas diretamente ao serviço da silvicultura, indústria e comércio de base florestal. Em 2017 – o último ano sobre o qual existe, à data, informação oficial – silvicultura e indústria somam mais de 88 mil pessoas empregadas, mais 2759 do que no ano anterior. Faltam ainda os dados sobre o emprego no comércio de base florestal (ainda não disponíveis na Síntese Económica Setorial do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Tomando como referência 2016, o sector empregava mais de 110 mil pessoas de forma direta.

Estes valores, resultantes das Estatísticas de Emprego do INE e da Síntese Económica Setorial do ICNF, são apenas uma parte da real empregabilidade florestal. Num sector em que o perfil de trabalho é frequentemente sazonal e informal, muitos dos empregos permanecem como atividades ocasionais e fontes de rendimento extra, complementar a outras ocupações.

Quanto às empresas do sector, verificam-se tendências similares. As indústrias de base florestal concentravam, em 2016, perto de 10 mil empresas (0,83% de todas as empresas portuguesas), um número que diminuiu ligeiramente em 2017. Seguia-se a silvicultura, responsável por mais de 8 mil empresas em 2016 (0,69% do total) e com uma evolução positiva em 2017. O comércio de base florestal fecha este ‘triângulo da floresta’, com quase 6 mil empresas em 2016 (tal como no emprego, ainda não existem dados de 2017 na Síntese Económica Sectorial do ICNF).

No total, a economia da floresta estava assente, em 2016, em mais de 24 mil empresas, ou seja, 2% do tecido empresarial nacional.

Indústria: menos empresas, mais emprego florestal

É na indústria de base florestal que se concentra a maioria do emprego e das empresas do setor, em comparação com a silvicultura e o comércio. Em proporção, em 2016, as indústrias empregavam 62% das pessoas ao serviço e representavam 41% das empresas do setor.

Apesar da sua importância, estas indústrias têm assistido, ano após ano, ao encerramento gradual de empresas. Em seis anos – de 2012 a 2017 – perderam-se 1272 empresas na economia da floresta, de acordo com as Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal, sob responsabilidade da Direção-Geral de Atividades Económicas.

Fonte: Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal, DGAE

Fonte: Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal, DGAE.

Ainda assim, depois de dois anos de queda em 2012 e 2013, o número de empregos seguiu a tendência inversa e entre 2014 e 2017 registaram-se mais 5265 pessoas ao serviço no setor. Isto significa que o tecido empresarial está a diminuir, mas continua a criar (e incrementar) postos de trabalho.

Estas são indústrias pulverizadas em microempresas, com predomínio evidente nas regiões Norte e Centro do país. Cerca de 86% das quase 10 mil empresas industriais de base florestal têm menos de 10 pessoas ao serviço, enquanto as grandes empresas (com 250 ou mais pessoas ao serviço) representam apenas 0,2% do total.

Em termos geográficos, a região Norte e a região Centro contam com, respetivamente, 5661 e 2291 empresas industriais (80% dos empregos do sector).

Sabe-se, no entanto, que estas indústrias, constituídas por pasta e papel, cortiça, madeira e mobiliário (excluindo o fabrico de colchões), agregam subsetores com realidades bastante diferentes.

Uma análise mais detalhada a cada um destes subsetores dá conta de que, em 2017, a grande maioria dos empregos e empresas residia nas indústrias ligadas à madeira (20351 empregos em 4135 empresas) e mobiliário (30648 empregos em 4356 empresas). Estes são, no entanto, os subsetores que mais têm perdido empresas ao longo do tempo: o da madeira perdeu 746 empresas entre 2012 e 2017, enquanto o do mobiliário reduziu em 457.

De destacar ainda o subsetor da Pasta e Papel que, com um número muito menor de empresas (575), consegue empregar mais de 11 mil pessoas. Este é um valor das Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal que traduz a dimensão das empresas nesta atividade.

51% das empresas de fabrico de pasta, de papel e cartão (exceto canelado) têm, efetivamente, menos de 10 pessoas ao serviço, mas há 24% de empresas que têm entre 50 e 249 pessoas ao serviço. Estes são números bastante diferentes da indústria da madeira, por exemplo, em que 90% das empresas contam com menos de 10 efetivos.

Fonte: Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal, DGAE
Fonte: Estatísticas Setoriais sobre as Indústrias da Fileira Florestal, DGAE.

Silvicultura: mais emprego, maior proteção da floresta

A criação de valor nas florestas – com a consequente criação de empregos – é essencial para a proteção do território. O despovoamento das áreas rurais e o progressivo abandono da floresta originaram extensas áreas que carecem de gestão e apresentam elevado risco de propagação de incêndio. Aumentar a rentabilidade da floresta e o valor das atividades florestais permite contrariar a tendência de abandono rural e trazer novas oportunidades de desenvolvimento a estas regiões.

Em pouco mais de 10 anos (de 2004 a 2017), mais de 20 mil postos de trabalho florestal foram perdidos no setor florestal. No entanto, certos subsetores têm conseguido inverter a tendência e dar mostras de crescimento no emprego criado. É o caso da silvicultura, que quase duplicou o número de empregos neste período, mas também do setor da pasta, papel e cartão, que tem conseguido manter, em média, 10 a 11 mil empregos.

Fonte: Dados de Relatório de Caracterização da Fileira Florestal 2014 – 2004 a 2012; INE: Estatísticas do Emprego, Pessoal ao serviço (N...
Fonte: Dados de Relatório de Caracterização da Fileira Florestal 2014 – 2004 a 2012; INE: Estatísticas do Emprego, Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Localização geográfica (NUTS – 2002) e Atividade económica (Subclasse – CAE Rev. 3) – Anual – 2013 a 2017.

Com um crescimento inegável de 2012 a 2017 – tanto em termos de emprego, como de empresas –, a silvicultura e exploração florestal trazem um contributo valioso ao tecido empresarial ligado à floresta. No intervalo destes cinco anos, mais 7370 pessoas e 4107 novas empresas reforçaram o subsetor.

As atividades ligadas à silvicultura e exploração florestal dão conta de uma elevada pulverização: em 2017, cada empresa empregava, em média, duas pessoas. De frisar, no entanto, que o trabalho de silvicultura (assim como o trabalho agrícola) é muitas vezes sazonal e informal, pelo que estas estatísticas podem estar aquém da realidade no terreno.

Os empregos direta e indiretamente derivados da floresta não se esgotam na indústria, silvicultura e comércio. Atividades como a caça, a pesca ou os serviços ambientais estão ligadas, em grande parte, aos ecossistemas florestais, demonstrando que o impacte e valor da floresta vão além dos bens transacionáveis.

Em 2017, estavam contabilizadas mais de 1000 pessoas ao serviço da caça e pesca. Os bens e serviços ambientais foram responsáveis, em 2016, por mais de 4000 postos de trabalho.

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