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Afirmações do economista João Ferreira do Amaral em conferência sobre a floresta nacional:

“Houve décadas de desleixo em toda a base do setor florestal”

Redação Induglobal25/11/2020
João Ferreira do Amaral, economista e professor universitário, foi um dos convidados do pinus webcast dedicado ao "papel da floresta na recuperação económica nacional". Evento realizou-se a 23 de novembro em formato digital.
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Evento que se realizou esta terça-feira, Dia da Floresta Autóctone, foi organizado pelo Centro PINUS com o objetivo de abordar o papel da floresta como eixo estratégico e potencial na economia nacional, mas também, abordar este tema de forma integrada e holística, referenciando duas vertentes que impactam a vertente económica: ambiental e recuperação social e emocional.

O PINUS Webcast contou com a participação de três oradores em cada vertente abordada: João Ferreira do Amaral, professor e economista, que falou sobre a floresta como eixo de potencial económico nacional; Francisco Ferreira, professor e Presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável - ZERO, que abordou a vertente ambiental e a gestão sustentável dos recursos florestais; José Pamplona, Escoteiro Chefe Nacional Adjunto da Associação dos Escoteiros de Portugal e Comissário Internacional, que abordou o papel da floresta na recuperação social e emocional.

“Se a economia se tornar circular, o setor florestal no futuro terá um impacto cada vez maior”

João Ferreira do Amaral afirmou que o setor florestal representa 1,5% do PIB e 10% das exportações de mercadorias.

O professor referiu ainda que grande parte das exportações, cerca de 70%, é valor acrescentado que fica no país.

João Ferreira do Amaral considerou que ainda são necessárias muitas mudanças que melhorem o setor florestal de forma a potenciarmos o mesmo ao máximo na nossa economia, recordando que se a economia se tornar circular, o setor florestal no futuro terá um impacto cada vez maior e poderá contribuir para a diminuição das diferenças entre as áreas urbanas e rurais do país.

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"Houve décadas de desleixo em toda a base do setor florestal", considerou, no entanto, pode ser possível romper este ciclo, pois a atitude tomada relativamente ao setor florestal começou a ser diferente desde 2017.

"O setor está cheio de potencialidades, mas falta uma componente imprescindível: a Gestão – a nível macro (político e face às atividades florestais); a nível individual (a gestão dos terrenos) e a gestão agrupada para que se possa ultrapassar as dificuldades que resultam da exploração. Para tal, é necessário incentivar a gestão florestal e torná-la atrativa. Como? Através de investimento e de incentivos à gestão. Claro que existe risco, mas é necessário assumi-lo. Como conclusão, João ferreira do Amaral indicou que este é um setor de longo prazo, ou seja, precisa de persistência nas atividades e medidas que avistem um crescimento sustentável com o setor", sustentou Ferreira do Amaral.

Falha grave na gestão florestal: a existência de uma floresta de monocultura em várias extensões

Francisco Ferreira, da Zero, destacou o facto de a floresta representar 1/3 do território nacional e apontou aquela que considera uma falha grave na gestão florestal: a existência de uma floresta de monocultura em várias extensões.

Contrapõe com a sua visão de uma floresta diversificada, privilegiando as espécies autóctones, como o Pinheiro-bravo, em consonância com outras espécies.

Enfatiza ainda que o modelo da floresta está a distanciar-se cada vez mais daquele que deveria ser. Chamou a atenção para o valor dos serviços prestados pelos ecossistemas, referiu a necessidade de uma economia verde e circular, que não limita a associação do valor económico à extração da madeira, mas que incorpora outros elementos.

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No que respeita ao minifúndio e ao desafio que representa para uma gestão sustentável e integrada, referiu a necessidade de encontrar modelos que permitam ultrapassar os problemas através de uma gestão colaborativa.

Francisco Ferreira exprimiu ainda a preocupação da ZERO relativa à utilização de biomassa florestal na produção de energia sem que seja salvaguardada a sustentabilidade do recurso ou a neutralidade carbónica da atividade.

Escotismo privilegia espaços verdes há mais de 100 anos

José Pamplona referiu que para conseguirmos, todos juntos, ajudar a recuperar a economia, é preciso trabalhar a nossa mente.

Com a pandemia, acaba por ser desafiante sair de casa, pois tem existido receio, ansiedade, stress em todos os momentos do nosso dia a dia, ao longo dos últimos meses. Para isso, a floresta acaba por ser um escape muito importante, pois proporciona momentos familiares e individuais mais tranquilos, comparativamente com centros urbanos.

Este escape é necessário para todas a idades, mas é fundamental para os nossos jovens, que passam as semanas inteiras ligados ao computador.

Como tal, aos fins de semana necessitam de espairecer e realizar atividades de lazer com amigos e familiares.

É possível dispensar esses momentos em família ou com amigos nas florestas: palcos de ar livre e onde o distanciamento é possível. Na floresta, podemos estar de uma forma mais holística, sendo um local com muita harmonia, preocupação ambiental e que permite a criação de laços sociais.

O Escotismo privilegia espaços verdes há mais de 100 anos, ensina a importância do ambiente e transmite uma vivência única de ligação e respeito pela floresta.

José Pamplona admitiu ainda que é de facto imprescindível aproveitar a floresta como um espaço de fortalecimento das famílias e do estado emocional das pessoas enquanto indivíduos. "Para a construção de uma economia forte é imprescindível os indivíduos estarem bem emocionalmente", rematou.

Se não assistiu, pode ver o webinar aqui:

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