Cebolas Advice Cora.
As variedades de cebola classificam-se em três grupos segundo a reação ao fotoperíodo, ou seja, as necessidades diárias de horas de luz (Almeida):
A cebola pertence à família das Aliáceas que inclui também o alho e o alho francês que são consumidos à escala global, conhecendo-se a “boa fama” na alimentação e na saúde.
Os dados do GPP mostram que em Portugal se registou um aumento de 30% no consumo per capita de cebola, com uma evolução de 8,6 kg/habitante em 2011 para 11,2 kg/hab. em 2018. A cebola nacional dá resposta a menos de metade das necessidades do consumo. O grau de auto aprovisionamento era de 42,6% em 2011 e foi de 45,6% em 2018.
Elenka F1 com resistência a doenças e tolerância ao stress.
A área de produção de cebola em Portugal foi de cerca de 1.500 hectares, em 2011 e em 2018. A produtividade melhorou desde 2011, ano em que se obteve 25 toneladas/ha, até 35 ton./ha em 2018. Na tabela 1, apresentam-se os dados da produção de cebola.
Tabela 1. Produção de cebola em Portugal. Fonte: GPP.
Apresentam-se, na tabela seguinte, as quantidades que Portugal importou e exportou, assim como os respetivos valores e preços médios.
Tabela 2. Importações e exportações de cebola. *Dados preliminares. Fonte: GPP.
Verificou-se entre 2010 e 2019:
Ainda segundo o GPP, em 2018 e 2019, Espanha foi a principal origem da cebola importada por Portugal, seguida de França, Países Baixos e Alemanha. Espanha foi também o primeiro destino das exportações de cebola, seguindo-se Cabo Verde e França.
Espanha além de ser um dos líderes europeus em quantidade produzida (em 2019, quase 1,5 milhões de toneladas em 26.520 ha), lidera a produtividade na UE, com 51 ton./ha (Eurostat).
A aposta na produção de cebolas de dias longos (DL) em Portugal é necessária para dar resposta à escassa produção atual face à procura existente e crescente. A cebola de DL, ao ser colhida nos meses de verão, no caso de ter boa aptidão para armazenagem, tem uma “janela de comercialização” de 7-8 meses, até ao início da nova colheita de cebolas de dias curtos, em março do ano seguinte.
A conclusão é que existe mercado mas a grande oportunidade está nas cebolas de DL com capacidade de conservação. Neste ponto, pode-se ter uma conclusão semelhante à aposta que vários produtores e operadores fizeram nos últimos anos, quando aderiram à produção de batata-doce. Idêntica estratégia foi iniciada com a produção (ainda em pequena escala) de batata com plantação em junho para colheita no outono e que pode beneficiar de uma janela temporal alargada para escoamento e valorização da produção com qualidade.
Elenka F1 armazenada numa pilha com cinco metros de altura.
A produção de cebola de DL em vários países europeus, que até têm temperatura e humidade mais desfavorável para a cultura do que Portugal, é feita totalmente mecanizada da sementeira direta até à colheita e na pós-colheita.
Em Portugal alguns produtores já deram este passo importante, porque é a forma de tornar a cultura viável e competitiva. Só assim, poderá criar atração para aumento da área cultivada e também gerar interesse na criação de estruturas adequadas para a armazenagem e conservação ao longo de vários meses, após a colheita no Verão.
Desde 2017 que a AdviceAgriBusiness realiza em Portugal, ensaios de produção de variedades de cebola da empresa italiana Cora Seeds. Durante várias atividades de benchmarking com reuniões técnicas e visitas noutros países, tem sido sempre apontada uma conclusão como grande oportunidade para a viabilização da produção da cebola de DL em Portugal: “Por ser uma cultura hortícola de alta densidade, entre 500.000 e 900.000 plantas/ha, segundo o calibre comercial pretendido para o produto final, então a cebola tem de ser cultivada de forma similar à produção de cenoura, beterraba ou nabo”.
Esta é a condição para o sucesso na produção de cebola de DL, porque a produtividade pode crescer muito face à média em Portugal (35 t/ha).
A aposta na produção de cebolas de dias longos (DL) em Portugal é necessária para dar resposta à escassa produção atual face à procura existente e crescente.
Fundador F1 com resistência a Fusarium e a raiz rosada, colhida para palotes.
Algumas sugestões:
Com a decisão de avançar para o cultivo, lembre-se sempre que é necessário um acompanhamento e monitorização permanente da cultura e muito rigor na realização das operações nas datas adequadas, sem atrasos (sementeira, rega, fertilização, proteção da cultura, etc.).
Saiba mais em: www.adv-agri.com
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Agriterra - Informação profissional para a agricultura portuguesa