Estudo solicitado pela AlgFuturo à Agro.Ges
O estudo ‘A Importância da Cultura do Abacate na Região do Algarve’ conclui que “a cultura do abacate tem uma importância crescente e o potencial de trazer à região do Algarve um contributo económico e social importante, sendo possível desenvolver a produção com respeito pelas questões da sustentabilidade ambiental”.
A área de abacate representa cerca de 3,2% da área de culturas permanentes e 1,8% da superfície agrícola utilizada do Algarve.
O estudo ‘A Importância da Cultura do Abacate na Região do Algarve’, solicitado pela AlgFuturo – União Empresarial do Algarve à Agro.Ges, foi apresentado em junho, em Faro, em conjunto com o anúncio da marca coletiva ‘Abacate do Algarve’. (Ver Caixa).
A Agro.Ges salienta que “dos 2016 hectares ha ocupados com abacateiros em Portugal Continental, 1.833 ha encontram-se no Algarve de acordo com o recém-publicado Recenseamento Agrícola de 2019 (RA 2019), do Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta área, que representa cerca de 3,2% da área de culturas permanentes e 1,8% da Superfície agrícola utilizada da região, distribui-se de forma muito diferenciada na região, (…) Como se pode verificar, os municípios de Silves, Tavira e Faro são responsáveis pela maioria (68%) da área de produção”.
De acordo com o estudo, a alfarrobeira mantém o primeiro lugar nas culturas permanentes do Algarve, representando a maior área plantada na região (13.584 hectares), seguida dos citrinos (13.269), do olival (9.409), de outros frutos secos (7.524) e da amendoeira (5.004). Por seu lado, a vinha, com 1.513 hectares, é a única que ocupa menos área que o abacateiro.
“Os atuais 1.833 hectares (ha) da cultura de abacates no Algarve vão gerar 40 milhões de euros anuais para a região de Valor Acrescentado Bruto (VAB). Atualmente, mesmo sem todos os pomares estarem no chamado ano cruzeiro de produtividade, essa contribuição é já de 20 milhões de euros para a economia anual da região”, destacava o comunicado de imprensa da AlgFuturo.
“o estudo da Agro.Ges recomenda que o abacate seja uma opção estratégica e importante do desenvolvimento agrícola da Região do Algarve
“Num dos temas mais relevantes no debate sobre a cultura dos abacates no Algarve – o da água – o estudo indica que a água utilizada por esta cultura é, em média, 6.500 m3/ha por ano, o que é semelhante à média das culturas dominantes, nalguns casos ainda menos”, adiantava o comunicado.
Quanto às necessidades de rega, o abacateiro está, assim, equiparado às culturas do olival, citrinos ou romãzeiras, enquanto as nogueiras, amendoeiras e diospireiros precisam de mais água, conclui o estudo.
O comunicado da AlgFuturo destacava ainda que “o estudo da Agro.Ges recomenda que o abacate seja uma opção estratégica e importante do desenvolvimento agrícola da Região do Algarve, incluindo os seus produtores nos processos de decisão, planeamento e abordagem às soluções para os problemas que o futuro possa guardar”.
O estudo foi coordenado pelo professor Francisco Avilez, responsável pela coordenação técnica, científica e metodológica da Agro.Ges e elaborado por Miguel Vieira Lopes, que fez a apresentação do documento. (Veja o artigo de Opinião do autor do estudo, neste dossier)
Marca ‘Abacate do Algarve’ avança
A marca coletiva ‘Abacate do Algarve’ avançou em julho, depois de ter sido anunciada em junho por Ana Soeiro, diretora executiva da associação Qualifica/oriGIn, à margem da apresentação do estudo sobre aquela cultura na região.
A marca, que vai ser gerida pela AlgFuturo implica o cumprimento de um conjunto de regras por parte dos produtores, que incorrem em penalizações caso não cumpram as especificações previstas, adiantou Ana Soeiro.
“Para registar uma marca tem que haver um conjunto de regras. Temos que ter um caderno de especificações que torne específico a que é que se pode chamar abacate do Algarve”, referiu, acrescentando que a cultura tem de “ser feita em boas condições, de sustentabilidade”, que implicam “não delapidar água, não delapidar energia, não degradar o solo”, havendo mecanismos de controlo para verificar se as regras são cumpridas.
Ana Soeiro, que também é vice-presidente para a Europa do movimento oriGIn, entidade responsável por atribuir na União Europeia a denominação de origem ou geográfica a produtos alimentares, frisou que apesar deste primeiro passo, “não estão ainda reunidas as condições” para a eventual criação de uma Indicação Geográfica Protegida (IGP).
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