Antes de trocar de trator: 5 coisas que deve saber

O primeiro movimento de um possível comprador é procurar e comparar. A sua experiência e o conhecimento do setor são fundamentais para avaliar a relação qualidade-preço; porém, com frequência, deve-se ter em conta mais além das prestações do produto que, indubitavelmente, são importantes, mas nem sempre determinantes.

“A potência, a tecnologia instalada, o motor e a rodagem são motivos de peso que devem ser avaliados na altura de comparar tratores. Sem embargo, não são as definitivas. O preço ou o resultado económico dum trator são analisados com os anos, quando o agricultor é capaz de estudar os custos que teve de assumir, esse é o momento em que avalia de verdade a compra que fez”, garante Jaime Muguiro, diretor comercial da John Deere Ibérica.

Deste modo, um trator converte-se num investimento de longo prazo. Considerar um fator tão importante como o custo de manutenção pode significar uma diferença considerável entre uma escolha e outra. Assim sendo, a John Deere destaca cinco conselhos que habitualmente não recebem o cuidado devido na avaliação da compra de um trator:

É importante sintonizar com a máquina e sentir-se seguro em relação a esses cinco aspetos porque farão com que um produto passe de ser 'bom' a 'excelente'.

1. Consumo de combustível: o consumo de combustível representa aproximadamente 50% do custo de funcionamento do trator. Uma diferença de somente dois litros/hora pode traduzir-se em 2.000 euros/ano. Não se detenha unicamente no valor que o fabricante lhe dá, pois todos terão a intenção de obter os melhores consumos. Há outras fontes onde é possível consultar os consumos e que seguem as indicações da OCDE, como os ensaios da DLG alemã, o teste da Universidade de Lincoln (Nebraska) ou Cemaqref francês. Os dados podem variar (conforme as condições atmosféricas, terrenos, etc.), mas a comparação de várias fontes proporcionar-lhe-á pistas fiáveis sobre o consumo real do seu novo trator.
2. Manutenção: a manutenção supõe 5% do orçamento que se destina ao trator durante a sua vida útil. Por essa razão, os serviços oferecidos pelas marcas devem ser bem considerados, a disponibilidade de sobresselentes e especialmente o preço das peças. Para evitar surpresas e manter os custos de manutenção controlados, o mais recomendável é incluí-los no contrato de compra sob um preço fixo.
3. Tecnologia de agricultura de precisão e automatização: o nível tecnológico do trator é essencial em termos de poupança e amortização do investimento realizado. A agricultura de precisão proporciona informações fundamentais para tomar as melhores decisões no relativo à eficiência e produtividade. Um bom sistema de guiamento, a automatização das viragens nas cabeceiras, o controlo das secções...tudo isto permite grandes economias de combustível, mas também de sementes, adubos, produtos fitossanitários... Basear a decisão final em qual é o trator mais avançado em agricultura de precisão é uma posição inteligente.
4. Depreciação: os tratores, como sucede com os veículos, tendem a perder valor com a passagem do tempo. Da mesma forma que no mercado de automóveis, a depreciação varia consideravelmente de umas marcas a outras. Calcula-se que, após 7 anos, o valor pode variar mais de 30% entre diferentes tratores. Por isso, mais além do preço de compra, é necessário levar em consideração o preço de revenda, o que definirá o preço real de amortização do trator. Embora alguns pareçam 'pechinchas', podem sair caros na altura de trocá-los.
5. Serviço pós-venda: este é um dos critérios mais importantes ao comprar um trator pois a qualidade do serviço de pós venda será eficiente ou insatisfatória durante toda a sua vida útil. Um serviço de pós-venda deficiente traduz-se num trator avariado durante mais tempo; e não existe trator mais caro daquele que está parado. Uma oficina profissional, com bons recursos técnicos e com mecânicos formados e certificados economizar-lhe-á muitos transtornos.