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Este projeto irá promover o mercado voluntário de carbono em Portugal, apostando na reflorestação como uma solução climática natural, que gera benefício ambiental, social e económico nas comunidades rurais envolventes.

Fundação Repsol e Ministério do Ambiente e Ação Climática promovem o maior projeto de reflorestação em Portugal

21/04/2023

O Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o Presidente da Repsol, Antonio Brufau, assinaram na passada sexta-feira um acordo estratégico para desenvolver projetos de reflorestação de grande escala em Portugal, através do projeto Motor Verde +Floresta. No ato de apresentação participaram também o Primeiro-Ministro António Costa e o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

Graças à ação natural das árvores, que absorvem o carbono da atmosfera e fixam-no nos seus tecidos para que possam crescer...
Graças à ação natural das árvores, que absorvem o carbono da atmosfera e fixam-no nos seus tecidos para que possam crescer, este projeto permitirá compensar mais de 25 milhões de toneladas de CO₂.

A ambição é investir mais de 400 milhões de euros e reflorestar 100.000 hectares de terrenos ardidos ou baldios em Portugal, contribuído para a absorção de 25 milhões de toneladas de carbono, com a plantação de mais de 90 milhões de árvores nos próximos anos.

Com o projeto Motor Verde +Floresta prevê-se criar milhares de oportunidades de emprego local e inclusivo, especialmente nas zonas rurais do país. Além disso, a Fundação Repsol disponibilizará programas de formação para promover a empregabilidade e fomentar o empreendedorismo no meio rural.

Neste projeto, a Fundação Repsol colaborará com entidades públicas e especialistas florestais portugueses, bem como com proprietários privados, contribuído para a coesão social e do território, a fim de promover o cuidado e a manutenção dos terrenos reflorestados.

Da esquerda para a direita, António Brufau, Presidente da Repsol, Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro e diretor da Silvestris, Jaime Rábago...
Da esquerda para a direita, António Brufau, Presidente da Repsol, Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro e diretor da Silvestris, Jaime Rábago.

O Presidente da Repsol, Antonio Brufau, afirmou que "o Motor Verde +Floresta representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento do mercado voluntário de carbono em Portugal e que está grato pelo empenho e apoio institucional recebido por parte das autoridades portuguesas".

A ambição do Motor Verde +Floresta “representa um antes e um depois no desenvolvimento do mercado europeu de carbono, mais concretamente na liderança de Portugal e da Península Ibérica como reservatório natural de carbono”, comentou Brufau.

A captura de CO₂ por meios naturais, como as florestas, apoiada por tecnologia de satélite para o controlo e monitorização do desenvolvimento das massas florestais, é sem dúvida uma grande oportunidade para a economia e para os desafios dos nossos países em termos de transição energética", salientou o Presidente da Repsol.

Este projeto pretende promover o mercado voluntário de carbono, concretizando projetos de reflorestação de alta qualidade, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade a nível nacional e internacional, que vai contribuir para posicionar a Península Ibérica, concretamente Portugal, como um reservatório de carbono relevante na Europa.

Com os trabalhos de reflorestação vai ser possível gerar milhares de oportunidades de emprego local e inclusivo, e promover-se-á a colaboração com a administração pública e entidades sociais para promover a contratação de grupos vulneráveis. Do mesmo modo, também associado ao projeto, a Fundação Repsol colocará em marcha um programa com diferentes iniciativas formativas para melhorar a empregabilidade no setor florestal e promover o empreendedorismo verde entre os habitantes das zonas onde decorra a reflorestação.

O desenvolvimento do projeto contará com empresas locais, que através do incentivo à criação de novos negócios ligados ao setor florestal, ajudarão a promover a economia local, e na atração de atividade económica e riqueza nas comunidades envolventes.

Outro dos aspetos-chave do projeto é a aplicação de tecnologia no setor florestal. O Motor Verde +Floresta conta com o apoio da Hispasat, um parceiro tecnológico de referência, através do qual se tem utilizado tecnologia de satélite para a proteção integral das florestas contra incêndios e para a monitorização do crescimento das massas florestais, o que é fundamental para fornecer rigor ao mercado de compensação voluntária de emissões. Além disso, a implantação desta tecnologia tornará possível levar conectividade WiFi de banda larga gratuita aos habitantes das zonas remotas onde as plantações são realizadas, promovendo a coesão social e digital.

O objetivo é desenvolver um projeto-piloto nos próximos anos no Norte do país, reflorestando uma área de 5.000-10.000 hectares com mais de 9.000 árvores de espécies autóctones, que permitirão a absorção de 2,5 milhões de toneladas de CO₂, gerando um impacto positivo e significativo no emprego e na economia local.

Já estão em curso trabalhos numa área de 58,5 hectares em Alpedrinha, Cardigos e Sardoal, afetados por dois incêndios em 2017 e 2019. Para a certificação internacional deste projeto de absorção, os projetos estão a desenvolver-se de acordo com as normas de Verra, num projeto-piloto para certificar o primeiro projeto em Portugal com créditos VCS (Verified Carbon Standard).

Estratégia do Governo em matéria ambiental

O Governo português demonstrou um compromisso evidente contra as alterações climáticas, e está a desenvolver um Decreto-Lei para promover o mercado voluntário de carbono com o objetivo de promover a participação de organizações públicas e privadas na ação contra as alterações climáticas. O regulamento está focado em soluções climáticas naturais, em particular a reflorestação, através da regulamentação de normas que garantam a qualidade dos projetos de absorção, proporcionando a transparência e integridade que o mercado exige.

Com o projeto Motor Verde +Floresta será possível trabalhar na valorização dos recursos naturais e no desenvolvimento de zonas rurais, apoiando o setor florestal português, enquanto se dá resposta ao compromisso das empresas para atingir zero emissões líquidas e aos compromissos adquiridos através do Acordo de Paris.

Além disso, tentará alcançar-se a coordenação com os proprietários privados com o objetivo de articular a coesão do território e assegurar a manutenção e o cuidar dos terrenos reflorestados.

Durante a conferência, o Diretor-Geral da Fundação Repsol, António Calçada de Sá, apresentou o projeto em pormenor, seguido de uma mesa-redonda sobre reflorestação e mercados de carbono em Portugal, com a participação do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, o Diretor do Grupo Sylvestris, Jaime Rábago, e o responsável de Estratégia da Fundação Repsol, Vega Tapia. Os participantes destacaram o grande potencial de Península Ibérica como um reservatório de carbono de referência na Europa, bem como a necessidade de homogeneizar normas e apostar em medidas de apoio que promovam o mercado voluntário de carbono.

Os oradores também destacaram que a reflorestação é uma excelente alavanca para se avançar para uma economia de baixo carbono, rentável, eficiente, competitiva e escalável.

Financiamento do projeto

O projeto Motor Verde +Floresta é uma oportunidade para empresas e organizações mitigarem a sua pegada de carbono com projetos de reflorestação de alta qualidade nas áreas circundantes mais próximas. A Fundação Repsol conta já com o marketplace do Motor Verde (motorverde.fundacionrepsol.com), uma ferramenta digital através da qual indivíduos e empresas podem aderir a estes projetos, e que em breve incorporará novas florestas em Portugal.

Além disso, o financiamento dos projetos nos primeiros anos está assegurado graças ao Fundo ESG de Carbono Verde, um fundo de investimento inovador liderado pela Fundação Repsol, Crédit Agricole Indosuez e Portobello Capital, que tem 100 milhões de euros para apoiar projetos de reflorestação para a compensação de carbono em Portugal e Espanha.

Motor Verde em Espanha

A Fundação Repsol, juntamente com a sua filial Grupo Sylvestris, lançou o Motor Verde em 2021, com o objetivo de promover a reflorestação como um instrumento de compensação da pegada de carbono no quadro da transição energética em curso.

O Motor Verde é um projeto de triplo impacto: económico, social e ambiental, baseado na colaboração público-privada e alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2030 e o Pacto Verde Europeu.

A parte operacional dos projetos florestais será liderada pelo Grupo Sylvestris, uma empresa em que a Fundação Repsol tem uma participação, e que tem mais de 30 anos de experiência no setor florestal.

Por sua vez, o projeto Motor Verde está em curso em diferentes regiões espanholas, onde mais de 2.000 hectares de floresta foram reflorestados com sucesso, com o apoio da administração pública e de empresas privadas como a Microsoft, Orange, El Corte Inglés, Caja Rural de Zamora, AstraZeneca, Banco Santander, Fundação Tierra Pura, Enagás o Ilunion, entre outras.

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