Feria de Valladolid acolhe duas novas edições da Agrovid e do SIEB

A Feria de Valladolid acolhe duas novas edições da Agrovid e do SIEB, Salão Ibérico de Equipamentos para Adegas, dois eventos dedicados à vitivinicultura, nos quais participam cerca de 150 fabricantes, importadores e distribuidores de maquinaria, equipamentos e serviços para o cultivo da vinha e para as diferentes fases do trabalho na adega, desde a receção da uva até ao engarrafamento, rotulagem e armazenamento.

A viticultura enfrenta desafios importantes para o futuro que afetam tanto a vinha como a adega: sustentabilidade, impacto climático, inovação tecnológica, mudança geracional, competitividade, etc. “A participação na Agrovid e no SIEB pode ajudar os viticultores a encontrar respostas para questões como a poupança de água, a redução do uso de pesticidas ou a adaptação às exigências dos novos consumidores”, afirmou Alberto Alonso, diretor-geral da Feria de Valladolid.

Viveiros, laboratórios, produtos fitossanitários, sistemas de rega, maquinaria, depósitos, rótulos, tanoarias, são alguns dos conteúdos que estarão em exposição na Agrovid e no SIEB a partir de hoje, em datas diferentes das habituais para ambos os eventos devido à celebração na Feria de Valladolid da Gala dos Prémios Goya da Academia de Cinema.

Agrovid e SIEB ocuparão uma superfície de 11.000 metros quadrados nos pavilhões 2 e 3 do centro de exposições. O catálogo de propostas que os visitantes encontrarão vai desde tratores a analisadores de vinho.

Nestas feiras, os visitantes encontrarão fabricantes, distribuidores e importadores de todo o tipo de máquinas, equipamentos e soluções para todas as fases do trabalho na vinha. São empresas sediadas em Portugal, França, Bélgica e nas regiões autónomas espanholas de La Rioja, País Basco, Navarra, Aragão, Catalunha, Valência, Andaluzia, Castela-La Mancha, Castela e Leão, Madrid.

A Agrovid volta a incorporar um espaço para a viticultura 4.0, a Agrotecnológica, em colaboração com a Itacyl, destinado a empresas que oferecem serviços como deteção remota, sensores, mapeamento, etc.

A Agrovid e o SIEB têm uma vocação ibérica. A relevância do mercado português é inquestionável e a Feria de Valladolid está empenhada em fazer de ambos os salões as feiras de referência também para os viticultores portugueses. De facto, muitos dos 6.000 profissionais que visitaram os dois salões em 2022 eram provenientes das diferentes zonas vitivinícolas portuguesas. O mapa das províncias espanholas incluía todas as comunidades autónomas, tanto no continente como nas ilhas.

O perfil das empresas expositoras inclui fabricantes, distribuidores e importadores de maquinaria de processamento, instrumentação, etc. Equipamentos para receção de uvas, prensagem, controlo de qualidade, refrigeração, tanoaria, válvulas, rótulos, mangueiras, sistemas de filtragem, tampas, cubas, sistemas de embalagem, energia solar, linhas de engarrafamento, etc.

Tal como na Agrovid, o mercado português tem uma grande importância no SIEB e estas adegas são também alvo dos fabricantes, distribuidores e importadores das marcas participantes.

O programa de jornadas técnicas da Agrovid abordará temas como os requisitos ambientais para a produção, a legislação comunitária, a digitalização, os recursos genéticos para a produção, a sustentabilidade, a proteção dos solos, a sobrevivência das denominações de origem, etc.

Nos dias do certame realizar-se-ão mesas redondas e conferências com a participação de profissionais das áreas da investigação, do ensino, da empresa e da legislação, que analisarão os desafios que se colocam aos viticultores sob diferentes pontos de vista.

O programa técnico da Agrovid é coordenado pelo Colegio Oficial de Ingenieros Agrónomos de Castilla y León y Cantabria (COIACLC). “Acreditamos que os temas a debater são de interesse para os viticultores, vamos ouvir vozes de especialistas na matéria e poderemos estabelecer um diálogo que será, sem dúvida, enriquecedor”, explicou Ignacio Mucientes, decano do COIACLC.

O SIEB tem também um programa de conferências técnicas, coordenado em colaboração com o grupo editorial Interempresas. Entre outros temas, serão abordados a sustentabilidade e a eficiência, os projectos inovadores de I&D, as tendências da vinificação, os vinhos sem álcool, a gestão do oxigénio na adega, etc.

A União Europeia tem 3,3 milhões de hectares de vinha, dos quais 940 000 em Espanha e 193 000 em Portugal, e é o primeiro produtor, consumidor e exportador mundial de vinho. Além disso, a viticultura assegura quase um milhão de postos de trabalho.

Em Espanha, existem cerca de 4.000 adegas, das quais 603 em Castela e Leão, 597 na Catalunha, 415 na Galiza, 391 em Castela-La Mancha, 387 no País Basco, 332 em La Rioja e 311 na Andaluzia, de acordo com os dados do Observatório do Mercado Vitivinícola Espanhol do ano passado.

Em termos de produção, em 2022 atingiu 40,5 milhões de hectolitros, o que coloca a Espanha como o terceiro maior produtor de vinho e mosto do mundo. O volume de negócios é de cerca de 8 mil milhões de euros, ou seja, 2,2 por cento do Valor Acrescentado Bruto.

Os números do consumo nacional para 2023 apontam para uma estabilização em cerca de 9,6 milhões de hectolitros, uma tendência de recuperação no canal on-trade e um declínio no off-trade, de acordo com dados da Organização Interprofissional do Vinho de Espanha (OIVE).