Chaparro Agrícola e Industrial, S.L.
Informação profissional para a agricultura portuguesa
Mais de 400 especialistas presentes na feira Expo Agritech definiram o futuro do setor agritech.

As nove tendências que moldarão o setor agritech em 2025

24/01/2025

Fazer da agricultura um negócio mais rentável e eficiente, adaptado ao atual contexto climático, social e económico. Este é o objetivo perseguido por um setor agroalimentar cuja evolução tecnológica incessante apresenta nove tendências que marcarão o panorama agritech em 2025.

Recolha e gestão de dados, a chave para a agricultura do futuro
Recolha e gestão de dados, a chave para a agricultura do futuro.

1. A agricultura regenerativa como base para o futuro

A agricultura regenerativa oferece oportunidades para responder à falta de saúde e fertilidade do solo, que está a prejudicar as margens dos profissionais e a sua rentabilidade. De acordo com os números partilhados na Expo Agritech, uma feira agrícola dedicada à inovação realizada em Málaga no final de novembro, até 70% dos solos europeus estão deteriorados e 53% deles, a nível mundial, perderam a fertilidade. Isto significa que este modelo não pode continuar inalterado para além dos próximos 40 anos.

Por esta razão, a agricultura regenerativa é uma opção cada vez mais integrada no setor, com 15% dos agricultores do mundo a aplicarem já as suas práticas. Um exemplo disso foi mostrado por Francesc Font, agricultor e fundador da The Regen Academy, que com esta fórmula, a terra com que trabalha aumentou a sua fertilidade dez vezes, reduziu as pragas em 20 vezes, aumentou a utilização da água em 50% e melhorou a sua qualidade em 20%.

2. A seca transforma o setor

Os fenómenos climáticos extremos, com períodos de seca prolongados e frequentes, também marcarão os próximos anos. Se as emissões de gases com efeito de estufa não forem reduzidas, as secas poderão ser 90% mais comuns em julho e 88% mais comuns em agosto até 2080.

É por isso que o congresso realizado em Málaga destacou a importância da otimização da água através de tecnologias de irrigação de precisão e de utilização eficiente da água, como os gémeos digitais, a IA, a cadeia de blocos e a energia agrovoltaica.

3. Agricultura sem agricultores

O setor agrícola na Europa está a mudar de um conceito tradicional para dar prioridade à visão empresarial, transformando a figura do agricultor. Na Expo AgriTech 2024 foi explicado como os grandes fundos de investimento estão a apostar em empresas dedicadas às culturas e colheitas para maximizar a sua rentabilidade.

Nesta linha, a forte pressão regulatória está a levar a que apenas estruturas empresariais com uma base organizacional alargada consigam responder aos desafios da atual atividade agrícola. Assim, em 2025, surgirão novos atores no sector, que necessitarão de um plano de negócios e de uma estratégia definida, elementos que não eram comuns na agricultura.

4. Biotecnologia para uma maior resistência

A utilização de ARN modificado para tornar as plantas mais resistentes às alterações climáticas continuará a expandir-se. Neste sentido, a reunião estudou variedades de arroz geneticamente modificadas que se adaptam à salinidade do solo, que aumenta devido à subida do nível do mar nas zonas costeiras, como no Delta do Ebro (Catalunha); ou plantas de trigo que tiveram a forma das suas raízes alterada para poderem absorver mais água.

No que diz respeito à fruta, estão a ser feitos cruzamentos artificiais para tornar as plantas mais resistentes, mais produtivas e os resultados mais saborosos. Outra possibilidade oferecida pela biotecnologia é a sua utilização para produzir microrganismos, cuja contribuição para o solo reduz a utilização de fertilizantes químicos.

5. A IA também está na agricultura

As tecnologias exponenciais, lideradas pela inteligência artificial, já estão na indústria agrícola. Por isso, a Expo AgriTech 2024 mostrou as capacidades da IA generativa na previsão de colheitas, no aconselhamento integral ao agricultor e na tomada de decisões em empresas do sector, entre outras funções.

Apesar disso, de acordo com os números partilhados na feira, apenas cerca de 7% das explorações agrícolas em Espanha incorporam IA para otimizar os seus processos, uma percentagem que indica o potencial de desenvolvimento desta tecnologia na agricultura nos próximos anos. Além disso, o fórum apelou à necessidade de promover o apoio da administração para que as pequenas e médias empresas possam introduzir esta solução digital, e outras, nas suas atividades.

Demonstração com um robot nos corredores do centro de exposições de Málaga
Demonstração com um robot nos corredores do centro de exposições de Málaga.

6. O campo está a robotizar-se

A robotização do campo em Espanha encontra-se numa fase avançada, embora a um ritmo desigual. Neste aspeto, a automatização está a chegar a áreas específicas, como a colheita ou a classificação de produtos, e a explorações de grande dimensão, que têm capacidade económica para investir nela. Estes fatores explicam porque é que, em 2024, apenas 30% dos agricultores irão incorporar tecnologias avançadas, apesar de 90% terem indicado que gostariam de o fazer.

Entre os exemplos apresentados na feira, destacam-se os tratores autoguiados que monitorizam as explorações; os braços articulados que apanham a fruta no momento ideal graças à visão artificial; os robôs quadrúpedes e os drones que analisam o estado do terreno; e os androides que utilizam gás liquefeito para queimar as ervas daninhas.

7. Tornar a agricultura mais rentável com dados

Os dados tornaram-se um elemento essencial na agricultura para maximizar a rentabilidade, otimizar os recursos e garantir a excelência na produção. No entanto, a Expo AgriTech 2024 também destacou os desafios apresentados pelo seu tratamento, destacando a falta de normalização, a escassez de informação de qualidade, a dificuldade de acesso a dados abertos da administração e a incerteza por parte dos profissionais quanto à incorporação e atualização deste tipo de soluções.

Com o objetivo de promover a agricultura de dados, os especialistas defenderam a divulgação dos seus benefícios - tanto a nível operacional como em termos de rentabilidade - bem como as possibilidades oferecidas pela formação para ultrapassar as barreiras à adoção tecnológica.

8. O desafio dos jovens agricultores

A agricultura, a nível europeu e de Espanha, enfrenta o desafio de uma falta de renovação geracional. Entre as razões para tal contam-se o facto de o setor ser visto como volátil, bem como o facto de apresentar várias dificuldades, como a disponibilidade limitada de serviços públicos no mundo rural, os conflitos decorrentes do acesso à propriedade da terra, a complexidade da burocracia e o elevado investimento inicial.

Por este motivo, a administração - através da PAC - e as iniciativas privadas estão a incentivar as novas gerações a verem o mundo rural como uma oportunidade de negócio rentável. Neste contexto, a Expo AgriTech 2024 abordou o acesso ao microcrédito e as vantagens que este oferece para a modernização das explorações agrícolas familiares.

Mesa redonda sobre a evolução dos preços do azeite na Expo Agritech 2024
Mesa redonda sobre a evolução dos preços do azeite na Expo Agritech 2024.

9. A vantagem dos créditos de carbono

A feira também abordou a importância das certificações de carbono na sequência do lançamento do primeiro quadro voluntário a nível da UE para a certificação de sequestro de CO2 de alta qualidade, que se aplica aos solos agrícolas. A conferência revelou como é que estes créditos estão a ser obtidos, como é que se traduzem em apoio e como é que a terra é justificada como sendo enriquecida com carbono.

De acordo com os peritos, existem práticas aceites no âmbito do conceito regenerativo, como a lavoura mínima, a redução da dependência de elementos externos, as rotações e a cobertura do solo, a diversidade e a resiliência, que contribuem para a adição de créditos. Francesc Font, uma figura de destaque neste domínio, apresentou um projeto-piloto liderado pela The Regen Academy, que defende a medição e a comercialização dos créditos de carbono capturados pelo solo graças a práticas sustentáveis. Font indicou que cada tonelada de CO2 que o solo captura poderia gerar um crédito a um preço estimado de 30 euros, o que contribuiria para estimular a transformação do mundo rural.

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