Tem como objeto principal o desenvolvimento de uma campanha de sensibilização ambiental que promova a substituição do fio agrícola de polipropileno (também conhecido por baraço, normalmente de cor azul) pelo fio de sisal, uma fibra 100% natural.
O primeiro passo que tomamos em direção a esta transição é o projeto 'Enfardar Naturalmente', uma campanha de sensibilização ambiental que visa substituir o fio de polipropileno (vulgo baraço) pelo fio de sisal, fibra natural totalmente biodegradável.
O projeto visa os seguintes objetivos específicos:
1. Sensibilizar os atores do território – vendedores e agricultores que recorrem ao fio agrícola para enfardamento – para a iminência da redução do consumo de plástico, com exemplos concretos do seu impacto a nível local e global, por forma a incentivar e despertar para uma visão da natureza mais consciente;
2. Realizar ações que demonstrem que a alternativa – uma fibra natural e biodegradável – é um material capaz de desempenhar a mesma função com contrapartidas ambientais positivas, a nível regional e nacional;
3. Contribuir para alterar a perceção destes atores face à preservação da natureza, em que, substituindo apenas o fio na sua produção de cereal, têm a oportunidade de ser um exemplo de boas práticas na agricultura;
4. Sensibilizar a comunidade escolar para a problemática dos plásticos na agricultura;
5. Contribuir para a prossecução das metas estabelecidas para Portugal no âmbito da redução de plásticos na UE.
Este projeto responde a obrigações estabelecidas por Portugal em diversos instrumentos legais e aos objetivos dispostos no presente aviso e demais programas, em matéria do uso de plásticos.
Com efeito, na atualidade, o fio agrícola de polipropileno deve ser considerado um plástico de uso único, visto que o mesmo não pode ser reciclado.
Neste sentido, este projeto que visa sensibilizar os intervenientes no processo de compra do fio agrícola para a sua substituição pelo fio de sisal (fibra natural, totalmente biodegradável) vai de encontro:
Saiba mais aqui.
A cerealicultura marca a paisagem e a cultura do Nordeste Transmontano, contribuindo simultaneamente para a base económica de muitas famílias e para o acervo de memórias coletivas do trabalho comunitário de tempos antigos.
A cultura dos cereais cumpria um ciclo anual levado a cabo pelos agricultores portugueses - começando na preparação da terra, seguida da sementeira, da segada (ceifa) e, por fim, o enfardamento.
Este trabalho de enorme exigência era suportado inteiramente pela força humana e animal, num esforço conjunto.
A recente mecanização agrícola trouxe vantagens irrefutáveis na eficiência da produção agrícola, contudo atualmente sabemos que este aumento de produtividade acarretou enormes impactes no meio ambiente.
A problemática
O trabalho manual da sega de outrora e os caules de centeio utilizados para fechar os molhos de cereal, foram substituídos por máquinas que utilizam um fio agrícola, vulgarmente designado por baraço, composto inteiramente por plástico (polipropileno), cuja decomposição na Natureza pode demorar dezenas a centenas de anos. Estima-se que sejam usadas cerca de 80.000 toneladas anuais de fio agrícola no espaço da UE e o mesmo não pode ser reciclado após ter sido utilizado. E
ste fio, classificado como um termoplástico, dada a sua maleabilidade e resistência, é bastante versátil, o que o tornou um recurso do quotidiano no meio rural, sendo reutilizado pela população para múltiplas tarefas do seu quotidiano. Contudo, a sua reutilização não compete com a quantidade de fio que se acumula nos espaços naturais, fazendo também parte do nosso quotidiano encontrá-lo e removê-lo dos lameiros. Além da contaminação e da componente inestética, estes resíduos são ainda uma armadilha em potência para a fauna local.
É praticamente consensual que as alterações climáticas e todas as consequências que advêm desta crise irão constituir um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. Pese embora existam esforços significativos numa tentativa de debelar e mitigar a exploração dos recursos naturais e a produção de materiais nocivos para o meio ambiente, muitas atividades humanas permanecem altamente poluidoras e extrativas.
A produção de plásticos é um desses setores que, apesar da sua inegável utilidade, tem obrigatoriamente que sofrer uma mudança de paradigma. Efetivamente, estima-se que, globalmente, 91% do plástico não é reciclado e a produção do mesmo não tem desacelerado.
Uma Solução/Alternativa
Atentos a esta problemática e tendo também a AEPGA animais a seu cargo, cuja alimentação implica a utilização do fio agrícola, queremos contribuir para uma alternativa. Assim, surge este projeto com o objectivo de substituir o fio agrícola de polipropileno pelo fio de sisal, para a prossecução das metas que Portugal estabeleceu no âmbito da redução de plásticos na UE.
O sisal é uma fibra 100% natural, obtida a partir da planta Agave sisalana, com propriedades muito interessantes a nível da sua resistência, textura e flexibilidade, sendo completamente biodegradável após ter sido utilizada. Por estes motivos, é classificada pela FAO como uma das fibras do futuro.
Assim, a AEPGA pretende desenvolver uma campanha de sensibilização e divulgação junto dos agricultores e demais intervenientes no processo de aquisição de material agrícola, para incentivar a substituição do fio de polipropileno para o fio de sisal.
Para levarmos a cabo esta campanha, pretendemos desenvolver acções de demonstração, produzir material de divulgação e realizar webinars abertos ao público, mas especialmente dirigidos a associações de agricultores.
Tendo-lhe sido atribuído o nome da planta que o compôe, sisal (Agave sisalana, espécie do género Agave, da família das Agavaceae, ordem Agavales) - planta originária da América Central, com um longo histórico comercial -, o fio de sisal tem a particularidade de ser muito versátil pela sua resistência e maleabilidade. Tem também a vantagem de se tratar de um produto 100% natural e, portanto, biodegradável, não compromentendo o ambiente quando abandonado e esquecido na natureza.
Embora o modo de produção desta planta possa ter também ela impactes no meio, dado tratar-se de uma monocultura, acreditamos que esta é a alternativa mais viável no que concerne à exequibilidade do projeto, tendo em conta que esta é a fibra natural mais comercializada e, portanto, mais fácil de adquirir. 100% natural e portanto biodegradável, minimizando assim os impactes negativos e construindo uma agricultura mais ecológica.
Do ponto de vista comercial, centra-se nas diferentes formas de transformação, isto é, é comercializado com diferentes espessuras e com variados cabos na sua construção.
Construção: 1, 2, 3 ou 4 cabos
Espessura: 600/1, 1000/1, 160/2, 350/2, 500/2, 600/2, 750/2, 250/2, 600/3, 600/4
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Agriterra - Informação profissional para a agricultura portuguesa