Neste contexto, a CEPM salienta que os mercados mundiais e europeus de milho foram seriamente desestabilizados pela invasão da Ucrânia. A Ucrânia é o 4º maior exportador mundial de milho (16% das exportações mundiais) e o 1º fornecedor da UE (55% das suas importações). "É também um dos principais importadores de milho a nível mundial nos últimos anos. Embora o recente acordo diplomático, sob a égide da Turquia e da ONU, deva permitir facilitar o comércio de milho, isto levará muito tempo, dados os danos materiais causados pela agressão russa às infraestruturas ucranianas. Além disso, a produção ucraniana continuará perturbada pelo menos durante a campanha 2022/2023, dada a diminuição das áreas e as dificuldades dos produtores ucranianos em expressar todo o potencial das suas culturas no contexto atual", refere.
Embora a alimentação animal continue a ser o principal mercado para o milho na União Europeia, a CEPM realça que "os produtos animais também contribuem para a soberania alimentar europeia e para uma reduzida dependência de fertilizantes sintéticos. A CEPM deseja também salientar que uma proporção significativa do milho europeu é utilizada diretamente para consumo humano, particularmente sob a forma de sêmola, amido e milho doce. Em muitos países da América Latina, África e Ásia, o milho é um importante alimento básico da dieta humana. No estado atual dos mercados mundiais, estes países são diretamente afetados pela subida acentuada dos preços ligada à invasão da Ucrânia. Tal como no caso do trigo, cada tonelada de milho indisponível no mercado mundial causa dificuldades adicionais para estes países e as suas populações. Ao excluir o milho, a proposta da Comissão Europeia não tem em conta esta realidade".
www.agriterra.pt
Agriterra - Informação profissional para a agricultura portuguesa