O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Olivum, em parceria com a Universidade de Évora, arrancou no passado mês de março, tendo já promovido três debates que trouxeram para a mesa temas pertinentes para o setor oleícola, que nos últimos anos tem reforçado e consolidado o seu papel no panorama regional, nacional e internacional.
Este conjunto de agentes que vão materializar a certificação foi formalizado enquanto grupo-piloto oficial do projeto no passado mês de maio, onde foi discutida a abrangência da certificação. No mês de junho o grupo-piloto reuniu-se para debater temas mais específicos, como: a gestão do solo e conservação da biodiversidade.
No dia 6 de setembro, o grupo-piloto do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo reencontrou-se, desta vez para discutir outros dos temas específicos que a certificação contemplará: a dimensão social da sustentabilidade e do património cultural. A sessão arrancou com o discurso de abertura de Gonçalo Almeida Simões, Diretor-Executivo da Olivum, seguindo das exposições do Professor Rui Fragoso, da Universidade de Évora, e do Arqueólogo Tiago do Pereiro, da empresa Era – Arqueologia, que tiveram como objetivo despoletar a discussão e a partilha de ideias entre o grupo.
Partindo para o debate, o grupo alertou para a importância de cada produtor fazer um levantamento e uma avaliação do património cultural existente na sua exploração, procedendo a uma correta preservação do mesmo e valorizando-o, partilhando-o e dando-o a conhecer à sociedade. O grupo demonstrou, no entanto, preocupações quanto à elevada burocracia e morosidade do processo que este levantamento e avaliação implicam. Foi também expressa a vontade de valorizar o azeite enquanto produto histórico, característico da cultura portuguesa e da dieta mediterrânica, através de museus, centros interpretativos ou roteiros.
Relativamente a questões sociais, olivicultores e produtores de azeite deram o seu testemunho quanto ao que já fazem para promover uma maior proximidade e envolvimento com os seus trabalhadores e com a comunidade, como: a formação e as condições oferecidas aos seus colaboradores, a contratação de mão de obra e fornecedores locais, o recrutamento de jovens estagiários que frequentaram universidades da região, a abertura da sua propriedade para a prática de atividades recreativas, como a caça ou a pesca, o envolvimento com a academia em estudos e ensaios de campo, o apoio monetário a associações e estruturas de apoio social ou a abertura do seu olival ou lagar para visitas de estudo de alunos do ensino pré-escolar, básico ou secundário.
No entanto, o grupo demonstrou preocupações quanto à dificuldade que existe atualmente na aquisição e retenção de trabalhadores apesar das condições oferecidas. Foi ainda sublinhada a importância de uma relação transparente com a comunidade, freguesias, municípios e vizinhos, abrindo sempre que possível as portas dos olivais e lagares para dar a conhecer à população o que ali é feito.
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