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Projeto na produção intensiva de sobreiros com recurso a rega

04/11/2022
O RegaCork TraDEm, coordenado por Nuno Ribeiro, professor do Departamento de Fitotecnia e investigador do Instituto de Ciências da Terra, da Universidade de Évora tem vindo a desenvolver investigação no âmbito da produção intensiva de sobreiros com recurso a rega, um conceito de gestão silvícola recentemente desenvolvido pela Universidade de Évora.
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Este projeto enquadra-se na tipologia 'Ações de disseminação e de difusão de novos conhecimentos e tecnologias gerados no âmbito I&D, para o tecido empresarial'. Envolve projetos-piloto demonstradores, ações de experimentação e ações de difusão de informação científica e tecnológica.
“A nossa abordagem é de monitorização ecofisiológica", realça o investigador do projeto que conta com a participação de outros investigadores da academia eborense como João Mota Barroso, que diz que a função da fertilização é também corrigir a quantidade de nutrientes dos solos, ainda que, como salienta, "existam solos, mesmo sem qualquer género de adubação apresentam uma fertilização bastante alta”, recebendo as árvores aqui existentes, maiores quantidades de nutrientes.
António Pinheiro, professor da UÉ envolvido no projeto, salienta que uma das tarefas deste "é verificar se o sistema apresentado é economicamente mais viável do que a produção tradicional”.

Já no que respeita à fisiologia vegetal, Margarida Vaz, nota que “esta área científica das plantas engloba o funcionamento das plantas e a sua estrutura”, acrescentando que nas últimas décadas esta área científica “tem sido utilizada na sua vertente mais prática de monitorização das plantas no campo, no seu estado de vitalidade”.

Sobre o montado, a investigadora frisa que “um ano de estudo é muito pouco”, o que implica que as árvores sejam monitorizadas durante vários anos. Constança Camilo-Alves, também da Academia eborense, frisa a importância da tecnologia para o sucesso deste projeto, sem a tecnologia ”não se saberia toda a funcionalidade da árvore”, assim os equipamentos tecnológicos adquirem importância vital, nomeadamente para “o estudo das raízes que também tem permitido identificar o momento em que podemos retirar água e a árvore continuar o seu percurso normal.

“Com toda esta análise e investigação através dos diferentes tipos de investigadores podemos ver em que medida, cada uma das variáveis pode influenciar a quantidade e qualidade da cortiça que é produzida”, resume António Pinheiro, porque “não é só a quantidade que interessa, também interessa a qualidade“destaca, enquanto que o coordenador do projeto realça que a abordagem proposta através do projeto”acaba por beneficiar todas as partes, nomeadamente os utilizadores finais".

Os investigadores referem que ao longo das últimas décadas tem-se verificado perda de vitalidade dos sobreiros (Quercus suber), devido a más práticas de gestão, maior ocorrência de agentes bióticos nocivos, alterações climáticas, entre outros. Consequentemente, a produção mundial de cortiça tem vindo a diminuir, tanto em quantidade como em qualidade. Assim, lançou-se o desafio de testar fertirrega de sobreiros, possibilitando a extração precoce de cortiça, sempre respeitando o perímetro legal de desbóia (70cm de perímetro a 1.30m de altura do fuste). A fertirrega poderá melhorar a capacidade de resposta do mercado corticeiro às necessidades da matéria-prima a médio prazo, favorecendo toda a fileira da cortiça, desde os produtores, transformadores e compradores, incluindo o meio rural e os trabalhadores, cuja economia está ligada ao setor.

Os ensaios piloto de fertirrega de sobreiros iniciaram-se em 2014 no âmbito do projeto PRODER (Medida 4.1 – Cooperação para a Inovação) denominado REGASUBER ‘Sobreiros (Quercus suber L.) em modo de produção intensiva e Fertirrega’ no qual participaram alguns parceiros desta iniciativa: a Universidade de Évora (UÉ), Fruticor e Amorim Florestal, tendo como objetivo testar a rega mínima que permita valorizar o desenvolvimento e vitalidade dos sobreiros.

Desta forma o projeto GO-REGACORK tem vindo a dar continuidade aos ensaios piloto e fomentar a transferência de conhecimento para áreas de produção com fins comerciais. A preservação do sobreiro e do ecossistema de Montado é imprescindível para que possamos continuar a usufruir não só da cortiça produzida, mas também de um património valioso para as populações da Bacia Mediterrânica.

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