A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) tomou conhecimento esta sexta-feira, formalmente, que o Conselho de Ministros resolveu extinguir as Direções Regionais de Agricultura e transferir as suas competências para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
"Esta é uma medida abusiva, absurda, antidemocrática e inaceitável que conta, e contará, com a oposição total, frontal e determinada da CAP", refere a Confederação em comunicado.
Na nota, a CAP afirma: "a aceitação conivente, por parte da titular da pasta, desta machadada final no desmantelamento e esvaziamento do ministério que tutela – depois de ter perdido as Florestas e as competências da Direção-Geral da Alimentação e Veterinária sobre os animais de companhia, e de não ter tido nunca a capacidade de canalizar apoios financeiros ao setor numa situação de crise marcada pela seca e pela guerra – mostra bem o acerto e justeza de todas as críticas e denúncias feitas pela CAP ao longo dos últimos anos, sobre o desajuste de perfil e de competências da Ministra, que não honra minimamente o lugar que ocupa. Manter-se no Governo, num ministério totalmente esvaziado que de Agricultura só resta o nome, confirma uma total desconsideração e falta de respeito e apreço pelo setor e por todos os agricultores portugueses".
Para a Confederação, o país agrícola e rural "assiste, perplexo, a uma regionalização feita por decreto, decidida à revelia de qualquer processo participado e de escrutínio democrático. Desde já se apela à Assembleia da República que não assista em silêncio ao desmantelamento e ao esvaziamento político, administrativo e funcional do Ministério da Agricultura, setor estratégico da economia e soberania nacional".
A CAP reafirma-se, assim, "profundamente chocada com esta decisão política, cujas repercussões são lesivas não apenas dos interesses dos agricultores, mas também do próprio interesse nacional". Atendendo à gravidade da matéria e às suas implicações, a CAP irá, nos próximos dias, analisar em maior profundidade as suas consequências, "e fará tudo ao seu alcance para reverter esta decisão".
Nos próximos dias 24 e 25, em Tomar, a CAP irá discutir o assunto em sede de Conselho de Presidentes – o mais alargado órgão de participação dos seus membros – na qual estarão presentes a vasta maioria das cerca de 250 organizações que constituem a CAP.
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