Os 7.000 fabricantes europeus de máquinas agrícolas têm vendas anuais de mais de 40.000 milhões e 150.000 empregos directos, com um elevado nível de internacionalização.
O setor da maquinaria agrícola está de boa saúde. Num cenário repleto de fatores condicionantes, continua a mostrar números consolidados ao mesmo tempo que continua a sua evolução tecnológica.
Atinge vendas anuais de cerca de 40.700 milhões de euros e os seus 7.000 fabricantes promovem 150.000 empregos diretos, bem como empregos indiretos (até um total de cerca de 340.000) relacionados com os seus fornecedores (indústria mecânica, fabricantes de motores, componentes elétricos e eletrónicos, pneus, novos materiais, etc.). A Alemanha, França, Itália, Polónia e Espanha representavam 66% da mão-de-obra total da UE27 em 2019 neste setor.
Mercado europeu de maquinaria agrícola (em mil milhões de euros).
Estes 40.700 M€ representam 28% do mercado global, estimado em cerca de 145.000 milhões de euros, com as exportações a desempenharem um papel cada vez mais importante, passando de 60.000 M€ em 2020 para quase 74.000 M€ em 2021, ou seja um aumento de 23%. Neste capítulo, a Alemanha continua a ser o líder mundial, com exportações de máquinas agrícolas no valor de 13.164 M€, seguida da China (8.956 M€) e dos Estados Unidos (8.053 M€), com a Itália (5.066 M€) e a França (3.903 M€) a completar os 5 primeiros. Globalmente, a União Europeia (UE) lidera as exportações mundiais de equipamentos agrícolas.
Estes números são retirados do último relatório publicado pela Associação Europeia de Fabricantes de Máquinas Agrícolas (CEMA), que fornece uma visão completa do setor com base nos últimos dados disponíveis. De acordo com as suas estimativas, o mercado europeu de máquinas agrícolas (UE + Reino Unido) valia 34.200 M€ aos fabricantes em 2021, 20% mais do que em 2020. A França era o maior mercado europeu, com 7.000 M€, à frente da Alemanha, Itália, Reino Unido e Polónia, um quinteto que representava 66% do total. A Turquia, que também é membro do CEMA, representa um mercado de 2.800 M€.
Em 2020, a Alemanha continuou a ser o principal fabricante mundial de máquinas agrícolas, com uma produção em termos de valor superior a 11.000 M€. Juntamente com a Itália (5.700 M€) e a França (4.800 M€), representa dois terços da produção da UE-27 em termos de valor.
Por grupo de produtos, os tratores perderam 4 pontos mas continuam a ser os mais potentes, com 22% da produção total de máquinas agrícolas, que representaram 7.300 M€ em 2020. Seguiram-se peças e componentes (18%), equipamento de sementeira/fertilização (12%), equipamento de colheita (11%) e finalmente, ao mesmo nível, maquinaria de espaços verdes e equipamento pecuário (9% cada). A nível mundial, os tratores representam 35%, as peças sobressalentes e componentes para 19% e 46% para outras máquinas agrícolas.
Rússia e Ucrânia
As tendências nas importações mundiais de equipamento agrícola são bastante semelhantes. A França continua a ser o segundo maior importador, depois dos Estados Unidos e à frente da Alemanha. Um facto notável é que a Rússia (2.800 M€) entrou nos 5 primeiros lugares em vez do Reino Unido. Uma parte muito importante destas importações são exportações de países europeus, sendo a Alemanha o país mais exposto (583 M€) e os Países Baixos, Itália, França, Finlândia, Polónia também como fornecedores significativos. A Bielorrússia (441 M€) e a China (399 M€) são os outros dois grandes exportadores de maquinaria agrícola para a Rússia.
A Ucrânia importa maquinaria agrícola no valor de 1.300 M€ por ano. A Alemanha, com 29% do total, é novamente o maior exportador, seguida dos Estados Unidos e da China, com Itália, Polónia, França e Reino Unido também importantes fornecedores. Pelo contrário, o fluxo das exportações russas e ucranianas de maquinaria agrícola para a UE é mínimo.
A guerra está a afetar os fluxos comerciais de máquinas, peças e componentes, embora estes bens sejam essenciais para garantir a segurança alimentar global. Com um grande número de efeitos indiretos adicionais, tais como aumento dos custos ou escassez de energia, matérias-primas e bens agrícolas, é provável que o conflito tenha um grande impacto no setor das máquinas agrícolas a curto, médio e longo prazo, de acordo com o CEMA.
Robots
O relatório também se concentra nos robôs e inclui uma declaração do chefe do Departamento de Estatística da Federação Internacional de Robótica (IFR), que faz eco de um inquérito anual enriquecido com extensa pesquisa para medir a adoção de robôs industriais e de serviços. Esta segunda secção está dividida em 9 famílias principais, incluindo a agricultura.
De acordo com Christopher Müller, a robótica é uma parte importante da digitalização na agricultura. “Os robôs são principalmente estabelecidos na ordenha de vacas, seguidos por robôs para a criação de gado, tais como os limpadores móveis de celeiros ou robôs para o controlo automático do pastoreio. Há muita investigação e desenvolvimento na utilização de robôs para o cultivo de plantas e culturas, cobrindo uma variedade de tarefas, mas devido à complexidade tecnológica, a utilização prática e os benefícios económicos são ainda limitados. A crescente carteira de robôs adequados para várias tarefas no cultivo de culturas irá criar uma dinâmica adicional a longo prazo”.
Segundo a AXEMA, a associação francesa da indústria de maquinaria agrícola, as vendas anuais de robôs para o setor agrícola a nível mundial aumentaram de 10.000 M€ em 2019 para 19.000 M€ em 2022 e espera-se que atinjam 22.000 M€ no próximo ano.
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