O evento, agendado para 25 e 26 de setembro, reúne especialistas nacionais e internacionais para debater o impacto das alterações climáticas no setor.
O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.), em parceria com a Associação Portuguesa de Horticultura (APH) e o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional – Centro de Competências (COTHN-CC), organiza, nos dias 25 e 26 de setembro de 2025, em Oeiras, o VII Colóquio Nacional da Produção de Pequenos Frutos. Tendo como tema central “Alterações climáticas e a produção de pequenos frutos”, o evento promete lançar luz sobre os principais desafios e inovações do setor, reunindo um leque diversificado de oradores nacionais e estrangeiros, investigadores, técnicos, produtores e outros agentes do ramo.
O colóquio contará com um intenso programa no dia 25 de setembro, que inclui 24 comunicações orais repartidas por quatro sessões temáticas, além de 28 comunicações em formato de poster e exibição de vídeos dos patrocinadores platina. Cada sessão será marcada pela intervenção de um orador convidado, reconhecido pelo mérito e experiência internacional, que abordará questões centrais para o futuro dos pequenos frutos em Portugal e na Europa.
Do melhoramento genético à biotecnologia
A primeira sessão, intitulada “Melhoramento, técnicas biotecnológicas e avaliação de variedades”, terá como orador principal Bruno Mezzetti, investigador da Università Politecnica delle Marche, em Itália. O investigador explorará o desenvolvimento de novas variedades de pequenos frutos adaptadas às alterações climáticas, um dos tópicos mais prementes para o setor. Técnicas inovadoras, como a micropropagação, a micorrização em medronheiro, a produção de framboesa sob painéis fotovoltaicos e a biotecnologia aplicada ao melhoramento genético da amora, estarão em destaque.
Na segunda sessão, dedicada às “Tecnologias de produção face às alterações climáticas”, Pauliina Palonen, da Universidade de Helsínquia (Finlândia), será responsável pela comunicação central sobre os efeitos das ondas de calor e da seca na produção de framboesa. O painel inclui ainda temas como a otimização do uso de água, a redução da dotação de rega, o reaproveitamento da água de drenagem em framboesa, a produção de camarinha com rega moderada e a avaliação da micorrização na cultura do mirtilo.
A terceira sessão, “Ecossistemas e sanidade vegetal”, será liderada por José Carlos Franco, professor e investigador do Instituto Superior de Agronomia. O especialista abordará o impacto das infraestruturas ecológicas na produção de pequenos frutos. Estratégias ecológicas para o controlo de pragas, como Scirtothrips aurantii e Scirtothrips dorsalis em framboesa e mirtilo, o efeito de bioestimulantes e a aplicação de exsudados de leveduras endofíticas no controlo de doenças fúngicas completam o painel de temas.
A quarta sessão, subordinada ao tema “Qualidade e benefícios para a saúde”, contará com a intervenção de Cláudia Nunes dos Santos, investigadora do NOVA Institute for Medical Systems Biology (NIMSB), Universidade Nova de Lisboa. O destaque vai para as estratégias nutricionais baseadas em (poli)fenóis e o seu impacto no eixo intestino-cérebro, bem como para a relação entre pequenos frutos e a doença de Parkinson, o efeito da suplementação na microbiota intestinal e o uso de biocontroladores verdes para melhorar a qualidade nutricional dos frutos.
Visitas técnicas e contacto direto com a inovação
No dia 26 de setembro, os participantes terão a oportunidade de visitar a Logofruits, a maior produtora nacional de mirtilo, em Almograve, e conhecer o Polo de Inovação da Fataca, do INIAV, em Odemira, onde se desenvolvem projetos de investigação de referência dedicados aos pequenos frutos.
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