A Agriterra acompanhou, em reportagem, a ação de campo com recurso a drones da Biostasia realizada na Casa Ermelinda Freitas (a que se somaram outras três) e, em entrevista a Carlos Gabirro, CEO da Biostasia, apresenta-lhe os produtos resíduo zero e a tecnologia inovadora que está a tornar a agricultura nacional mais eficiente e sustentável.
A Biostasia realizou recentemente quatro ações de campo com recurso a drones para aplicar produtos de resíduo zero em culturas como vinha, olival e citrinos, em parceria com a tecnológica HP Drones.
As demonstrações decorreram em junho, na Quinta do Piloto, em Palmela (cultivo: vinha - produto aplicado: BioGrowth AminoFe) e na Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó (cultivo: vinha – produto aplicado: Growth & Protect H2O); em julho, na Cooperativa Agrícola de Sousel, em Sousel (cultivo: olival – produto aplicado: BioGrowth AminoFe); e em agosto, na Rustikpériplo, em Vale Formoso (cultivo: nectarinas – produto aplicado: BioGrowth AminoFe).
Como explica Carlos Gabirro, o objetivo foi demonstrar a aplicação dos produtos de proteção e fertilização nas diferentes culturas em modo resíduo zero, comprovando “a capacidade de inovação e compromisso com a excelência da empresa”. Estas ações de campo vêm revelar “como a tecnologia pode transformar a agricultura, traduzindo-se em mais eficiência e menos impacto no ambiente, permitindo realizar operações no terreno que, de outra forma, são impossibilitadas pelo uso de equipamentos tradicionais (tratores) em anos de chuva como este”, detalha o CEO da Biostasia.
Nas suas palavras “a Biostasia provou, na prática, que os produtos de resíduo zero podem ser aplicados através de tecnologia avançada, mantendo a eficácia e garantindo uma agricultura mais sustentável”. A iniciativa resulta do apoio tecnológico da HP Drones, uma parceria que é, segundo a empresa, “a conjugação das últimas tecnologias para o mercado agrícola com as soluções tecnologicamente desenvolvidas da Biostasia”. E que “surgiu naturalmente da necessidade de aliar a inovação nos produtos com a inovação nos métodos de aplicação”, conclui Carlos Gabirro.
No que respeita às mais-valias desta ‘aliança’ entre as duas empresas, estão já identificadas a redução em 50% do número de autorizações necessárias para levantar um drone, dado o enquadramento legal das soluções sem químicos; maior segurança e sustentabilidade para todos os envolvidos; o posicionamento como empresa tecnológica e inovadora; e a demonstração prática da eficácia dos produtos de resíduo zero, sublinha o responsável.
Quanto às soluções utilizadas nestas demonstrações e às suas principais funções é de referir que o BioGrowth AminoFe é um produto que combina algas marinhas, aminoácidos e ferro complexado com ácido heptaglucónico, sendo ideal para correção de cloroses férricas e para estimular o desenvolvimento das culturas em situações de stress, enquanto o Growth & Protect H2O é um fertilizante orgânico com elevado teor em glicina betaína que regula o equilíbrio osmótico, melhorando a resistência das plantas a temperaturas extremas, salinidade e seca. A propósito do primeiro, Carlos Gabirro esclarece que “a vinha [da Quinta do Piloto] precisava de um estímulo. Aplicámos um produto que é um dos nossos pilares em planos de fertilização e que tem demonstrado resultados consistentes ao longo das campanhas”. No que concerne ao segundo, a empresa aposta em “soluções sustentáveis, livres de agroquímicos convencionais, desenvolvendo produtos à base de extratos vegetais e nanotecnologia, com absorção rápida e resultados muitas vezes superiores aos convencionais”.
Neste contexto, que vantagens reais se identificam na aplicação de soluções de proteção e fertilizantes com recurso a drones, em comparação com métodos tradicionais? A resposta é perentória:
Eficiência operacional: maior rapidez na aplicação, permitindo cobrir mais área em menos tempo, podendo facilmente chegar a 40 hectares por dia, quando comparada com um trator convencional, que faz, em média, dez hectares por dia, e que, muitas vezes, está condicionado pela urgência dos tratamentos e, ao mesmo tempo, impedido de trabalhar, por ter solos alagados devido ao clima;
Precisão: melhor penetração na copa e distribuição uniforme do produto;
Sustentabilidade: menor compactação do solo (sem necessidade de maquinaria pesada);
Segurança: redução da exposição dos aplicadores aos produtos;
Tecnologia: possibilidade de comprovar com papéis hidrossensíveis que o drone consegue mexer a copa e penetrar na vegetação.
Face a estes resultados, o feedback dado pelos agricultores e entidades parceiras após estas aplicações de soluções resíduo zero de proteção e fertilização das culturas com recurso a drones traduz-se em “rapidez, redução de custos, redução de recursos humanos e eficácia”, quando comparadas com o método tradicional, garante o CEO da Biostasia. Como afirmou Filipe Cardoso, administrador da Quinta do Piloto, "estamos a avaliar os efeitos. Se forem positivos, vamos certamente alargar este método não só à vinha, mas a outras áreas da exploração”.
A Biostasia sempre apostou em investimento em tecnologia associada a ID&I e reforça, com esta iniciativa inovadora, esta estratégia: “investimos em associar toda a nossa tecnologia, que continuamos a desenvolver, a formas de aplicação mais tecnológicas, eficientes e sustentáveis, tendo sempre a visão de um futuro mais tecnológico e saudável para o ambiente”.
Direcionando os seus esforços para a investigação e inovação, a empresa fortaleceu a sua área de desenvolvimento, e possui hoje um laboratório interno “onde realiza as primeiras análises e desenvolvimentos, e cria, consequentemente, ligações a formas de aplicação tecnológicas”, esclarece o CEO.
Defendendo que o segredo para o sucesso é esta aposta em ID&I, através da busca constante por novas e melhores soluções de resíduo zero, seja para o mercado agrícola ou urbano, Carlos Gabirro partilha que atualmente “o agricultor confia na Biostasia ao ponto de trazer os seus problemas para que a empresa ajude a solucioná-los, através de uma abordagem personalizada”.
Esta estratégia é, na realidade, o que diferencia a Biostasia das restantes empresas do setor das biosoluções sustentáveis em Portugal: estamos posicionados na área de investigação e tecnologia e isso é o que nos diferencia" no mercado, garante o responsável (ver caixa).
Com as novas diretrizes europeias que focam a necessidade de redução dos químicos para um ambiente mais sustentável, a Biostasia sente um crescimento na procura das suas soluções, “mas ainda com alguma resistência, especialmente pelo desconhecimento sobre o resíduo zero, e em parte por sermos uma empresa 100% portuguesa, pois ainda existe a mentalidade que o que vêm de fora é que é bom”, critica Carlos Gabirro.
A empresa lançou em 2018 a sua própria marca de produtos resíduo zero para os mercados profissional e doméstico, “uma loja para o dia-a-dia do agricultor e para todos os amantes de produtos biológicos e ecológicos”, comenta. A marca inclui fertilizantes, protetores de culturas, repelentes, plantas aromáticas e medicinais, pré-plantas hortícolas, chás e infusões, café biológico, cogumelos desidratados, fruta desidratada, leguminosas, azeite, especiarias e mel, entre outros produtos.
A expansão internacional está na mira da Biostasia desde que entrou no mercado espanhol, em 2024, especificamente em Almería (Espanha), “uma região altamente competitiva conhecida pelos seus centros de investigação e tecnologias de ponta”. Como avança o CEO, “conseguirmos competir nesse mercado, com grandes players, é um sinal de que temos produtos de qualidade que podem enfrentar os grandes concorrentes". A estratégia teve início em agosto do ano passado, em culturas hortícolas (tomate e beringela), e “neste momento já conseguimos estar presentes com vendas minimamente sustentáveis", conclui.
A Biostasia mantém como missão central contribuir para o equilíbrio e estabilidade do meio ambiente através de intervenções eficazes com técnicas de controlo biológico, e a garantia da equipa para com os clientes e parceiros é o foco nas soluções, o rigor e o compromisso com a qualidade e inovação.
O que diferencia a atuação da Biostasia
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Agriterra - Informação profissional para a agricultura portuguesa