Os representantes dos Estados-Membros no Comité Especial da Agricultura (CEA) aprovaram o mandato de negociação do Conselho para um pacote de medidas destinadas a reforçar a competitividade e a resiliência do setor vitivinícola da UE. As medidas apoiarão o setor através do controlo do excesso de oferta, do reforço da resistência às alterações climáticas, da simplificação da rotulagem, do aumento da flexibilidade nas plantações e da promoção das economias rurais através do enoturismo.
Estas novas medidas destinam-se a ajudar o setor a adaptar-se à evolução dos padrões de consumo, a gerir o potencial de produção e a aproveitar as novas oportunidades de mercado. Além disso, as regras atualizadas procuram garantir que o setor vitivinícola da UE continue a apoiar as zonas rurais, criando emprego e dinamizando as economias locais.
"O setor vitivinícola da UE é uma parte importante do património cultural da Europa e desempenha um papel vital no apoio às comunidades e economias rurais. Estas medidas permitirão ao setor enfrentar os desafios atuais, responder à evolução das necessidades dos consumidores e aproveitar novas oportunidades a nível mundial", afirma Czeslaw Siekierski, ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da Polónia.
Principais elementos da proposta da Comissão
A fim de melhor alinhar a produção de vinho com a procura, a proposta inclui:
Principais alterações acordadas pelo Conselho
O Conselho subscreve os objetivos gerais da proposta da Comissão, que se baseia nas recomendações do Grupo de Alto Nível para a Política Vitivinícola, mas introduz uma série de melhorias no texto:
Vinhos com baixo teor de álcool e vinhos sem álcool
A Comissão propôs regras harmonizadas para a comercialização de produtos inovadores como os vinhos com baixo teor alcoólico ou sem álcool.
Reforço das ações de promoção
O Conselho apoia a proposta de alargar a duração das campanhas de promoção financiadas pela UE em países terceiros de três para cinco anos, a fim de melhorar a presença do vinho europeu nos mercados internacionais.
Além disso, sugere que o apoio da UE cubra até 60% dos custos de promoção e informação, permitindo que os Estados-Membros complementem com pagamentos nacionais até 30%, não podendo o montante total exceder 80% das despesas elegíveis.
Exportação
Os Estados-Membros consideram que o vinho destinado à exportação deve ser isento da obrigação de incluir no rótulo a lista de ingredientes e a declaração nutricional exigidas para o mercado interno da UE.
O objetivo é reduzir os encargos administrativos para os produtores-exportadores, que também têm de cumprir a regulamentação de países terceiros.
Apoio contra as doenças da vinha
A flavescência dourada é uma doença das plantas que constitui uma séria ameaça para a produção de vinho. Uma vez infetada a videira, não há cura.
O Conselho introduz ações de apoio para a combater, incluindo a monitorização, o diagnóstico, a formação, a comunicação e a investigação.
Produtos vitivinícolas aromatizados
O Conselho esclarece também que a utilização de vinho rosé em novos produtos vitivinícolas regionais aromatizados será permitida, ao contrário da proposta inicial da Comissão, a fim de satisfazer a nova procura dos consumidores e incentivar a inovação dos produtos.
Próximas etapas
Com este acordo, a Presidência do Conselho está pronta para iniciar negociações com o Parlamento Europeu, logo que este tenha definido a sua posição.
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