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Inovação aponta para embalagens mais sustentáveis, reduzindo a dependência do plástico convencional e o desperdício de recursos no terreno.

Um bioplástico feito a partir de folhas de manga prolonga o prazo de validade dos géneros alimentícios

12/11/2025

Uma equipa do departamento de engenharia química e tecnologia alimentar da Universidade de Cádis (UCA), criou um material biodegradável que incorpora extrato de folhas de manga, capaz de libertar compostos antioxidantes e atuar como conservante natural. O bioplástico, feito com polímeros de origem vegetal e bacteriana, é obtido através de um processo de impregnação com dióxido de carbono supercrítico, que é limpo e amigo do ambiente.

Os investigadores testaram folhas de manga, fornecidas pelo Instituto de Horticultura Subtropical e Mediterrânica La Mayora, em Málaga. Foto: Freepek...
Os investigadores testaram folhas de manga, fornecidas pelo Instituto de Horticultura Subtropical e Mediterrânica La Mayora, em Málaga. Foto: Freepek.

O projeto, financiado pela pela Conselharia de Universidade, Investigação e Inovação da Junta de Andaluzia, em Espanha, e publicado na revista Industrial Crops and Products, apresenta uma alternativa sustentável para a embalagem ativa de alimentos. O material combina ácido poliláctico (PLA) de origem vegetal com polihidroxibutirato (PHB), produzido por bactérias, e destaca-se pelo método utilizado para incorporar os compostos bioativos da folha da manga.

Ao contrário dos procedimentos convencionais, que utilizam solventes ou temperaturas elevadas, a equipa de investigação utilizou a impregnação com dióxido de carbono em estado supercrítico, o que permite introduzir os antioxidantes sem deixar resíduos nem alterar as propriedades do plástico. A este nível, o CO2 atua simultaneamente como um líquido e um gás, transferindo os compostos para o material e depois evapora-se sem deixar resíduos.

Segundo Ignacio García-Casas, coautor do estudo, “aproveitamos as folhas que normalmente são queimadas para lhes dar um novo valor na indústria agroalimentar, embora também tenham aplicações na cosmética e na farmacêutica”.

Investigadores da UCA, responsáveis pelo desenvolvimento

Investigadores da UCA, responsáveis pelo desenvolvimento.

Nos testes, o bioplástico libertou substâncias como o ácido gálico de forma controlada, confirmando a sua eficácia como conservante natural. Além disso, o processo mantém a estabilidade térmica do material e evita traços de solventes, tornando-o viável para uso em alimentos sensíveis ao calor. Diego Valor, também investigador da UCA, sublinha que “esta abordagem permite desenvolver embalagens personalizadas de acordo com o tipo de alimento, com resultados positivos tanto em produtos gordos como ácidos”.
Diferentes condições de impregnação da película

Diferentes condições de impregnação da película.

A equipa, liderada por Ludisbel León-Marcos, continua a otimizar o material para melhorar as suas propriedades mecânicas e estéticas, incluindo a tonalidade esverdeada derivada da clorofila. Ao mesmo tempo, estão a ser realizados testes com outros resíduos agrícolas - como folhas e ramos de oliveira - que têm propriedades antioxidantes semelhantes.

Com esta investigação, a Universidade de Cádis reforça o seu compromisso com a economia circular e a valorização dos subprodutos agrícolas, abrindo novas vias para o desenvolvimento de embalagens ativas e sustentáveis na indústria alimentar.

A equipa está confiante de que a tecnologia pode ser ampliada e transferida para a indústria de embalagens
A equipa está confiante de que a tecnologia pode ser ampliada e transferida para a indústria de embalagens.

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