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Frutos secos: os desafios da produção e da comercialização

Ana Clara16/11/2022

‘Desafios na produção e comercialização de frutos secos’. Foi este o mote para a mesa redonda, que teve lugar, no final da tarde de dia 15 de novembro, no âmbito do III Simpósio Nacional de Frutos Secos, que termina esta quarta-feira, na Direção Regional de Agricultura do Algarve (DRAP Algarve).

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Moderada por Pedro Reis (SCAP/INIAV), a mesa redonda contou com as intervenções de Albino Bento, Presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), Miguel Chaves, da Migdalo, Horácio Piedade, da AGRUPA – Agrupamento de Produtores de Alfarroba e Amêndoa e Pedro Valadas Monteiro, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.

Albino Bento fez, numa das suas intervenções, um périplo pelo trabalho do CNCFS, dando a conhecer o trabalho do Centro de Competências com a Academia, empresas e várias instituições um pouco por todo o País.
Sobre os desafios, o responsável começou por enquadrar, primeiro, no que toca à amêndoa, “até há uns anos tínhamos, 26 mil hectares de amendoal, neste momento, estamos muito próximos dos 60 mil hectares. Continuamos a ter os nossos 26 mil hectares de Trás-os-Montes, dos quais, 90% são sequeiro, incluindo também o do Algarve”. Para Albino Bento, no que respeita a este tipo de cultura, o principal desafio é simples: “como tornar este amendoal rentável?”. Constata que “temos níveis produtivos muito baixos, andará abaixo dos 1500 kg de amêndoa por hectare”. “É essencial valorizar a produção”, defende, lembrando que para tal só há um caminho: a água.
Mesa redonda centrou-se nos 'desafios na produção e comercialização de frutos secos’
Mesa redonda centrou-se nos 'desafios na produção e comercialização de frutos secos’.

“Como manter a rentabilidade num contexto mundial de preços baixos e custos de produção elevados?”

A Migdalo é uma empresa familiar que se dedica à produção, transformação e comercialização de amêndoa no Alentejo. Com produção própria, a empresa conta com 150 hectares de amendoal desde 2013, sendo que em 2016, tendo em conta o crescimento do setor, a empresa avançou para a instalação de uma unidade de transformação, descasque e comercialização de amêndoa, em Ferreira do Alentejo. “Na altura, a EDIA estimava que podia vir a haver 3 mil hectares de amendoal de regadio no Alqueva, dimensionámos a nossa unidade industrial para poder processar a amêndoa e comercializar o produto. Hoje em dia, temos desafios essenciais, mas temos a vantagem de ter mais informação há alguns anos”, adiantou Miguel Chaves, da Migdalo.
O responsável relembrou que há um conjunto de desafios que existem para quem já está instalado, mas quem se vai instalar hoje, “tem de pensar que modelo produtivo vai escolher, que condições tem, que fatores ambientais estão em cima da mesa”, entre outros elementos. “Hoje, com tanta informação disponível, seja nas universidades, seja nos centros de investigação, é fundamental ir pelas certezas”, garante.

Como manter a rentabilidade num contexto mundial de preços baixos e custos de produção elevados?". Este é, para Miguel Chaves, um dos grandes desafios do setor. “No nosso caso (Migdalo), estamos a tentar ter modelos sustentáveis no futuro. Considero ser essencial investir na monitorização, e a forma de trabalhar ou gerir a cultura tecnicamente é também muito importante”, sublinhou.

O renascimento da alfarroba a Sul

Horácio Piedade, da AGRUPA, com cerca de 400 sócios no ativo, realçou que a associação gere 1800 hectares de alfarrobeiras no Algarve, e 150 hectares de amêndoa. “A alfarrobeira passou de um fruto de que ninguém falava, para um dos mais valorizados no Algarve”, lembrou, adiantando que, nos últimos três anos, a cultura passou a ter “um valor extraordinário” e “é hoje falada, felizmente”, incluindo o poder político. Nesse sentido, vincou que a certificação é o próximo passo, algo que não duvida de que será uma realidade num futuro próximo.
A alfarroba registou um crescimento significativo nos últimos anos no Algarve
A alfarroba registou um crescimento significativo nos últimos anos no Algarve.
E talvez por isso, a palavra ‘renascimento’ faça todo o sentido, no caso da alfarroba, tendo em conta que “em 2017, o pomar tradicional de sequeiro não existia” a sul. Mas, entretanto, tudo mudou. “De 2017 até 2022, houve um incremento nesta cultura a todos os níveis. Em 2019 e 2021, comercializamos 1400 toneladas, com um valor de 983 mil euros. Em 2022, já vamos com 2500 toneladas, num valor acima dos dois milhões de euros. A alfarrobeira, se continuar assim como, o barrocal algarvio leva uma transformação para melhor, com muitos projetos agregados”, referiu Horácio Piedade, lamentando ao mesmo tempo que a cultura não seja tão valorizada como devia.

O trabalho da DRAP Algarve no desenvolvimento da agricultura

Pedro Valadas Monteiro, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, também fez na sua intervenção um percurso pelo trabalho da DRAP Algarve e das competências que tem no âmbito agrícola regional e nacional. “Temos como missão, na nossa área geográfica de atuação, participar na formulação e execução de políticas sustentáveis nas áreas da agricultura, florestas, desenvolvimento rural e das pescas”, bem como colaborar nas políticas de segurança alimentar e sanidade vegetal, em articulação com os organismos e serviços centrais competentes.

Dentro destas competências, os frutos secos têm igualmente importância de relevo no trabalho da DRAP.

Durante todo o dia foram apresentadas diversas comunicações, de caráter técnico e científico, que em breve iremos dar nota num outro artigo.

Recorde-se que o III Simpósio Nacional de Frutos Secos é uma organização da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP) e CNCFS, e decorre desde dia 14 de novembro na DRAP Algarve). Termina hoje, com uma tarde dedicada a visitas técnicas, nomeadamente à empresa Chorondo & Filhos e às coleções de frutos secos do Centro de Experimentação Agrária de Tavira (DRAP Algarve).

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