A necessidade de apoiar as culturas da castanha e da alfarroba é essencial. Quem o garantiu foi o secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, na sessão de encerramento do III Simpósio Nacional dos Frutos Secos, que decorreu na DRAP Algarve, em Faro, entre 14 e 16 de novembro.
Na sua intervenção, o secretário de Estado considerou que este III Simpósio demonstrou “um caráter essencial”, que fortalece “o valor ao longo de toda a fileira, com inovação, e que contribui para cadeias mais competitivas e sustentáveis”.
“Este é um sistema rico, que junta os sistemas tradicionais, mas também algumas culturas intensivas, com sistemas mais produtivos, tirando proveito de todo o potencial que existe, nomeadamente no regadio. Temos o exemplo da amêndoa, com uma evolução extraordinária ao longo dos últimos tempos, quer em termos de área, quer de quantidade produzida. Mas também temos casos de culturas mais tradicionais, como a castanha e a alfarroba, e que têm revelado uma valorização crescente desta atividade e um aumento significativo das nossas exportações”, afirmou.
No caso das culturas da castanha e da alfarroba, vincou, “são ambas muito importantes para as regiões onde são produzidas, mas são também culturas que têm uma enorme importância para a gastronomia e tradições locais e, nesse sentido, têm de ter, da parte do Ministério da Agricultura, uma particular atenção, no sentido de preservar e valorizar estes sistemas de produção”.
Quanto à castanha, “sabemos que tem sido confrontada, ao longo dos últimos anos, com um conjunto de problemas que têm condicionado os volumes de produção e a viabilidade da cultura, como as pragas e doenças, são uma grande fonte de preocupação, e que o Ministério da Agricultura, através da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, tem dado uma particular atenção. Temos de continuar com as estratégias de controlo e reforçar o seu apoio”, insistiu Rui Martinho.
O governante reforçou que as duas culturas justificam este apoio especial, porque são culturas adequadas às condições particulares das regiões produtoras e têm um grande potencial na criação de valor.
Rui Martinho disse ainda que a tutela não tem dúvidas que, pese embora a relevância particular destas culturas, “todo o conjunto dos frutos secos tem uma enorme importância na nossa economia e nos nossos territórios. E estamos empenhados em que assim seja, nomeadamente, na promoção dos apoios que atribuímos a estas ajudas”.
Assim, o PEPAC irá dar continuidade a algumas das políticas existentes nesta matéria, seja ao nível do apoio ao investimento, seja no apoio às medidas de controlo e combate a algumas doenças e pragas que afetam as regiões de produção destas culturas.
Contudo, o governante avisou que é preciso encontrar, no âmbito do PEPAC, formas de apoiar e de consolidar novas formas de organização da produção e da criação de valor, “que permitam destacar ainda mais estas culturas sustentáveis, com enorme potencial, particularmente adaptadas aos modos de produção biológica, e que nos ajudarão a alcançar as metas com as quais estamos comprometidos no quadro europeu, nomeadamente com a meta dos 25% em modo de produção biológica”.
Pedro Reis, Presidente da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP), organizador do evento juntamente com o CNCFS, realçou a importância dos temas debatidos nos três dias da iniciativa e das comunicações, quase 40, em sessão e em painel.
O responsável lembrou também a importância da ciência e da investigação e apelou para que se possa olhar mais no futuro para a cadeia de valor e para as questões locais.
Eduardo Esteves, Pró-Reitor da Universidade do Algarve, destacou a importância deste Simpósio, lembrando a disponibilidade daquela instituição de ensino no envolvimento e trabalho com as várias áreas da sociedade, incluindo a agricultura e os frutos secos, setores também eles com opções de ensino na Ualg.
Recorde-se que o III Simpósio Nacional de Frutos Secos foi organizado pela Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP) e CNCFS.
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